Com gás lacrimogêneo e canhões de água, a Polícia da Malásia reprimiu neste sábado (28/04) uma concentração de milhares de pessoas em Kuala Lumpur que exigiam uma reforma eleitoral no país.
Segundo o site independente Malaysiakini, cerca de 50 mil pessoas participaram do protesto, que pretendia chegar à Praça da Independência apesar da proibição decretada anteriormente. Para impedir o acesso dos manifestantes, autoridades mobilizaram dois mil policiais na região.
A manifestação foi convocada pelo coletivo Bersih (Limpo, em malaio), que, em julho do ano passado, realizou outro protesto para pedir eleições livres e limpas. Daquela vez, a Polícia também usou a força, e o saldo foi de um manifestante morto e cerca de 1.700 detidos.
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O vice-presidente do Bersih, Ambiga Sreenevasan, declarou neste sábado (28/04) que se tratava de uma manifestação pacífica que tentaria chegar até onde as autoridades permitissem e que, ali, os participantes se sentariam em sinal de protesto.
A passeata terminou com todos sentados diante do cordão policial, após Ambiga pedir aos concentrados que se dispersassem. Alguns deles, contudo, tentaram levantar as barreiras da Polícia e chegar à área isolada.
Após o protesto do ano passado, o Governo do primeiro-ministro Najib Razak criou uma comissão parlamentar que propôs algumas reformas no sistema eleitoral, como a revisão do censo e garantias para uma igualdade de acesso aos meios de comunicação.
Bersih e os partidos da oposição consideram estas propostas insuficientes e pedem uma reforma da comissão eleitoral, à qual acusam de favorecer a coalizão governante.
O Governo da Malásia esteve em poder da Frente Nacional, liderada pela UMNO (Organização Nacional para a Unidade Malaia) desde a independência, em 1957.
Entretanto, nas eleições de 2008, a oposição conseguiu um resultado histórico ao ganhar um terço das cadeiras do Parlamento, assim como os Governos de cinco estados e o da capital.
A coalizão opositora assegura que pode vencer a coalizão governante nas próximas eleições, que estão previstas para o ano que vem mas que podem ser remarcadas para este ano. Para tanto veem apenas a necessidade de reformas que permitam um pleito justo e livre.