Os militares da Costa do Marfim mantêm o cerco ao refúgio do candidato de oposição Alassane Ouattara, reconhecido por potências ocidentais como presidente eleito do país, nesta quarta-feira (5/1), agravando a tensão entre o governo local e a ONU.
As forças armadas e de segurança marfinianas cercaram o Hotel Golfe de Abidjan, sede temporária do “governo” de Ouattara. Segundo a agência de notícias espanhola Efe, após uma reunião que Gbagbo teve com os altos comandantes das forças armadas, na terça-feira passada, o bloqueio se manteve e a situação no país continua estagnada.
A ONUCI (Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim) voltou a denunciar a manipulação e ataques da emissora pública marfinense RTI contra Ouattara. A missão da ONU condenou o que chamou de “campanha hostil” da televisão, que transmite periodicamente imagens de feridos e afirma que a patrulha da ONUCI foi responsável pelos disparos. O próprio Gbagbo foi à televisão acusar a ONUCI de disparar contra civis e exigiu a saída das tropas da ONU do país. A organização nega a acusação.
Na segunda-feira, uma delegação internacional africana esteve em Abidjan para tentar chegar a uma solução para a crise pós-eleitoral. O enviado da União Africana à Costa do Marfim, o primeiro-ministro Raila Odinga, retornou ao Quênia nesta quarta-feira. Ele esteve na Costa do Marfim com os presidentes do Benin, Cabo Verde e Serra Leoa, representantes da ECOWAS (em inglês, Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental).
Chantagem
Em entrevista coletiva, Odinga repetiu que tanto a UA quanto a ECOWAS querem que Gbagbo deixe a presidência. Segundo eles, o presidente teria sido derrotado por Ouattara no segundo turno das eleições de 28 de novembro. Odinga também confirmou que a missão africana tinha oferecido imunidade a Gbagbo e que tinha permitido que ele seguisse carreira política na Costa do Marfim ou exilar-se e manter seus negócios no exterior.
A Costa do Marfim enfrenta uma possível retomada da guerra civil que deixou o país dividido e controlado no sul pelos militares leais a Gbagbo e no norte pelos ex-rebeldes das Forças Novas, que não se desarmaram após o conflito de 2002-2007 e apoiam Ouattara.
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