Um grupo de 31 mineiros dos 33 que ficaram presos durante 69 dias no desabamento de um mina no deserto do Atacama, norte do Chile, entrou nesta sexta-feira (15/07) com uma ação contra o Estado chileno por negligência e dano moral. Segundo dois mineiros entrevistados pelo Opera Mundi, o alvo do processo é o Serviço Nacional de Geologia e Minas, conhecido como Sernageomin, e não o governo de Sebastián Piñera.
O boliviano Carlos Mamani, único não chileno entre as vítimas da tragédia, afirmou não querer que o processo seja confundido com falta de agradecimento ao governo chileno. “O presidente Piñera tem me tratado muito bem desde o resgate, mas a nossa demanda é contra esse departamento [Sernageomin], que não fez direito as inspeções”, comentou ao Opera Mundi.
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“Sernageomin, lamentavelmente, não fez bem seu trabalho e isso tem que ser esclarecido, tem que haver justiça”, disse o mineiro Mario Sepúlveda ao jornal La Tercera. “Estamos entrando com uma ação só contra essa entidade, porque, pessoalmente, sou muito agradecido ao presidente”, completou.
Carlos Barrios, outro dos mineiros resgatados em outubro passado, contou que nos oito meses em que trabalhou na mina, presenciou poucas inspeções do Sernagoemin, mas também destacou o motivo da ação. “Eles estiveram lá, e sabiam da precariedade do local, existem documentos comprovando isso, esses documentos é que nos dão motivos para reclamar agora”. Segundo Barrios, os dois mineiros que não formam parte da ação são o operador elétrico Juan Illanes e o mecânico Raúl Bustos.
O Opera Mundi também procurou o Ministério de Minas e Energia do Chile, do qual o Sernageomin forma parte, mas a assessoria de imprensa do ministério afirmou que não comentará o caso enquanto não for recebida a notificação formal da Justiça.
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