O diplomata egípcio Mohamed El Baradei, anunciou neste sábado (14/01) que não se candidatará às eleições presidenciais de seu país e nem a nenhum outro cargo oficial.
Efe
Em comunicado enviado à agência de notícias Efe, o ex-diretor AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) explicou que sua consciência não permite sua candidatura “salvo dentro de um regime democrático verdadeiro”. Ele mostrou-se convicto de que “o antigo regime ainda não caiu”.
Para ele, “a arbitrariedade e a má administração do processo de transição distanciam o país dos ideais da revolução” que encerrou os 30 anos de Presidência de Hosni Mubarak. “O mais importante que conseguimos com a revolução foi romper a barreira do medo e recuperar a fé do povo em sua força para a mudança”, garante El Baradei, que acredita que a população “vai continuar reivindicando seus direitos até conquistá-los totalmente”.
Valendo-se de uma metáfora, o diplomata laureado com o Prêmio Nobel da Paz de 2005 avaliou que “o barco da revolução tomou um rumo difícil, foi atingido por fortes ondas e não conseguiu chegar ao porto da salvação”.
O fracasso, que, a seu ver, aumentou as divisões na sociedade e afundou-a em “diálogos estéreis”, seria de responsabilidade do “comandante do barco, que não foi eleito pelos passageiros e que não tem experiência em navegação”. Ele apelou para que as “forças da revolução” continuem seu trabalho rumo à conquista de todos os direitos do povo, e acusou os militares de praticar uma política de segurança “repressora e violenta”.
Desde que o poder no país foi assumido pela Junta Militar após a queda de Mubarak em 11 de fevereiro, El Baradei foi um dos maiores críticos da gestão de transição executada pelos generais e se transformou em um entusiasta das manifestações dos jovens que ainda protestam na praça Tahir do Cairo.
As últimas pesquisas de opinião pública, reveladas em Novembro passado, apontavam El Baradei como o terceiro colocado para a corrida presidencial. Naquele mesmo mês importantes partidários pediram demissão alegando estarem “se distanciado de suas raízes”. Embora seja respeitado por ativistas pró-democracia, o político vinha sendo criticado por distanciar-se da população.
A Junta Militar de transição no Egito promete transferir o poder por meio de eleições gerais até o final do próximo mês de julho. Até o momento, contudo, não foi estabelecida nenhuma data para o pleito.
*Com agências
NULL
NULL
NULL