Morreu nesta quinta-feira (17/03) Meir Dagan, ex-chefe do serviço de espionagem israelense, Mossad, aos 71 anos decorrente de um câncer no fígado.
Dagan esteve à frente da organização entre 2002 e 2011.
O ex-chefe nasceu na Ucrânia, em 1945, na antiga União Soviética, filho de pais sobreviventes do Holocausto, com quem emigrou para Israel aos cinco anos.
Após uma carreira militar de 32 anos, ele foi para a reserva do exército como general e em 2000 se filiou ao partido Likud — do qual faz parte o atual primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu —, dirigido até então por Ariel Sharon. Foi Sharom quem lhe colocou a cargo dos assuntos de segurança do país.
Enquanto esteve na Mossad, Dagan acompanhou a crise nuclear do Irã, iniciada em 2009 — mesmo ano em que Netanyahu virou primeiro-ministro —, e mobilizou esforços israelenses para tentar impedir o programa nuclear do país.
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Na ocasião, Dagan foi a público contra o premiê para defender uma postura de contenção, assegurando que o programa nuclear iraniano não representava uma ameaça vital contra os israelenses para justificar um ataque aéreo.
“Um bombardeio pode exatamente acelerar que consigam a bomba. Um bombardeio não freará o programa nuclear do Irã. Se atacarmos, resolveremos os problemas políticos do Irã e colocaremos toda a população a favor do regime”, costumava repetir. Para analistas, estas advertências frearam um possível ataque israelense ao país islâmico entre 2012 e 2013.
Outra de suas famosas frases, dita no ano passado, durante o aniversário do assassinato de Yitzhak Rabin, ex-premiê do país, foi a de temer que Israel tenha ficado sem liderança.
“Minha lealdade é antes de tudo ao Estado de Israel e não ao primeiro-ministro [Netanyahu]. Temo pela liderança do país”, afirmou, ao pedir uma mudança de dirigentes, que servissem “ao povo e não a eles mesmos”.
*com Agência Efe