A poetisa polonesa Wislawa Szymborska, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura em 1996, morreu nesta quarta-feira (02/01) aos 88 anos de idade vítima de um câncer de pulmão.
WikiCommons
Segundo seu secretário pessoal, Michal Rusinek, ela “morreu em casa, tranquila, enquanto dormia”. Ele também lembrou que, apesar das constantes advertências médicas, a escritora foi sempre uma fumante incorrigível.
Ela deixa uma herança poética cheia de humor, trocadilhos e ironia, na qual partia dos objetos mais simples para refletir sobre as verdades universais. Morreu rodeada por alguns de seus familiares e amigos mais próximos, entre elas a jornalista Katarzyna Kolenda, que lembrou em entrevista ao canal TVN24 traços de sua personalidade.
“Sempre que lhe perguntavam por que escrevia poesia ela respondia com um simples 'isso eu não sei'. Tratava seu trabalho como algo muito pessoal e com muita modéstia”, comentou Kolenda.
Embora Wislawa, nascida em Kornik, no oeste da Polônia, em julho de 1923, fosse a poetisa mais conhecida do país, só quando foi laureada com o Nobel de 1996 é que sua obra chegou ao restante do mundo.
Na ocasião, o júri do prêmio reconheceu a rica poesia de uma autora que classificaram como “Mozart da literatura”. O veredicto destacou o humor e a simplicidade com a qual abordava as questões mais profundas da existência humana, como a morte e o amor.
O Nobel representou uma revolução em sua vida e na privacidade que sempre tentou manter. Como chegou a reconhecer, a fama rendeu-a “uma grande confusão, mas também grande alegria, honra, novas amizades e mudanças”.
Quando jovem, Wislawa foi surpreendida pela invasão nazista de 1939 e foi obrigada a realizar trabalhos forçados nas linhas férreas, o que não impediu que continuasse seus estudos em centros feitos ilegais durante a guerra. Apenas depois cursaria Literatura e Sociologia na Universidade da Cracóvia, onde viveu até sua morte.
NULL
NULL
NULL