O tenente-general Gregorio Álvarez, ex-ditador do Uruguai (de 1981 a 1985), morreu nesta quarta-feira (28/12) em Montevidéu aos 91 anos.
Em meados de 2015, Álvarez, que já havia sido condenado e preso como coautor de diversos homicídios em 1978, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e em dezembro de 2016, um infarto do miocárdio, motivo pelo qual foi internado no Hospital Central das Forças Armadas de Montevidéu, onde morreu.
Agência Efe
Fotografia de 1983 do ex-ditador uruguaio Gregorio Álvarez, que morreu nesta quarta
Filho e neto de generais, o ex-ditador ingressou na Academia Militar Nacional em 1940 e era tido como um dos principais agentes da ditadura cívico-militar uruguaia (1973 a 1985).
Durante seu governo, após ter perdido grande parte do apoio das Forças Armadas para continuar com o regime ditatorial, negociou um cronograma eleitoral que terminou com as eleições legislativas e presidenciais de novembro de 1984 vencidas por Julio María Sanguinetti, do Partido Colorado. Apesar disso, Álvarez foi acusado de tentar impedir ao máximo a transição democrática no país, chegando até a demitir o presidente eleito, Sanguinetti, e nomeando Rafael Addiego, então presidente da Suprema Corte de Justiça, para o cargo.
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Álvarez estava entre os 14 uruguaios que estão sendo julgados pela Promotoria de Roma desde 2015 no que ficou conhecido como “Processo Condor”, que julga a morte e o desaparecimento de italianos na Operação Condor na América Latina, que coordenou a repressão à oposição política às ditaduras do continente nas décadas de 1970 e 1980. Por esses incidentes, a Promotoria de Roma pediu prisão perpétua a 27 pessoas, sendo duas bolivianas, sete chilenas, quatro peruanas e 14 uruguaios.
A Justiça realiza este processo em primeira instância desde 12 de fevereiro de 2015 e o caso foi aberto após mais de dez anos de investigação do promotor italiano Giancarlo Capaldo.
Álvarez, entretanto, já havia sido preso em dezembro de 2007 — 23 anos após ter deixado a Presidência — a pedido da atual presidente da Instituição Nacional de Direitos Humanos e Defensoria do Povo, Mirtha Guianze, acusado de torturas, assassinatos e desaparecimentos durante a ditadura. Em 2009 ele foi condenado a 25 anos de prisão pela Justiça uruguaia.
*com Agência Efe