O falecimento de Oksana Makar, de 18 anos, três semanas após ser brutalmente atacada na cidade de Mykolayiv, gerou revolta na população, que reclama da impunidade no país. Em 8 de março, Oksana foi estuprada, estrangulada e queimada viva por três rapazes, dois deles filhos de autoridades locais. Eles jogaram a vítima em um canteiro de obras.
Reprodução/Youtube
Oksana sobreviveu ao ataque, mas morreu após três semanas internada no centro de queimaduras de Donetsk
Oksana foi hospitalizada em estado grave e com 55% do corpo queimado. Na tentativa de salvar a vida da jovem, os médicos amputaram os pés, um braço e uma perna, mas Oksana não resistiu aos ferimentos e morreu nesta quinta-feira (29/03). O coração dela parou de bater após uma hemorragia que começou nos pulmões, apesar de três tentativas para ressuscitá-la, disse o médico-chefe do centro de queimaduras de Donetsk, Emil Fistal.
O crime causou comoção pública na Ucrânia, expondo a incompetência das autoridades responsáveis e a extensão dos problemas sociais em cidades industriais como Mykolayiv que são atingidas por problemas com drogas. Um dos agressores de Makar alugou o apartamento onde ela foi estuprada.
O grupo feminista Femen, que protestou de topless em frente à Promotoria Geral em Kiev, se juntou às manifestações. A revolta geral aumentou com um vídeo apresentado como sendo o interrogatório de um dos torturadores de Oksana e difundido no Youtube. Nele, é possível ver um jovem, com o rosto coberto, descrevendo o crime, no qual teria estrangulado Oksana com as mãos e, depois, com uma corda. Ele dizia que a vítima tinha aceitado manter relações sexuais com seus agressores, e que depois ameaçou “denunciá-los à polícia” por estupro. “Ela gritava (…) e eu a estuprei. Ela não se acalmou e decidi estrangulá-la”, contou.
Acreditando que a jovem estivesse morta, Maksim Prisiazhiuk, de 23 anos, Yevgueni Krasnoshchek, de 23 anos e Artiom Pogosián, de 21 anos, a jogaram em um canteiro. “Eu não queria queimar o corpo”, disse um dos jovens, que alegou ter colocado fogo apenas em um pedaço de pano e jogado perto da vítima. A imprensa ucraniana indicou que os suspeitos são filhos de pais ricos com fortes relações com as autoridades do governo local.
Devido ao impacto do escândalo, dois dos três suspeitos voltaram a ser presos alguns dias depois de terem sido soltos e várias autoridades da polícia e da Promotoria local foram demitidas, segundo o Ministério do Interior. Os supostos autores do crime podem ser condenados à prisão perpétua, pena mais severa da Ucrânia, disse a mesma fonte.
* Com informações do El País e da Agência France Presse
NULL
NULL
NULL