O presidente do Egito, Hosni Mubarak, renovou nesta segunda-feira (31/01) seu gabiente, com a substituição de dois ministros. Acusado por manifestantes de colaborar e permitir que a polícia local utilize táticas de repressão violentas durante os protestos, o então ministro do interior, Habib el-Adly, foi substituído pelo policial aposentado Mahmoud Wagdy. Já Gawdat ElMalt, ex-chefe do escritório central de Auditoria do Egito, ocupou o cargo de ministro das Finanças de Youssef Boutros-Ghali.
Mesmo após as denúncias de violência por parte da polícia, o governo pediu que os policiais voltassem às ruas. Na sexta-feira (28/01), a polícia foi retirada das ruas depois de confrontos violentos com manifestantes. Agora, autoridades egípcias informaram que os policiais vao apoiar as Forças Armadas, mas ainda não se sabe de que forma nem se vão atuar no centro do Cairo, onde ocorrem a maioria dos protestos.
O exército do Egito, porém, assegurou nesta segunda-feira, pela primeira vez, que não usará força contra a população local, segundo um comunicado da Forças Armadas divulgado pela televisão estatal.
Leia mais:
Mubarak entre a repressão e a concessão
Euforia, banho de sangue e caos no Egito
Uma nova verdade desponta no mundo árabe
Governo do Egito proíbe rede Al Jazeera de operar em seu território
Netanyahu: Israel quer preservar paz com Egito e estabilidade regional
Oposição apoia El Baradei como negociador junto ao governo do Egito
Patrimônio histórico do Egito corre risco com crise política, diz egiptólogo brasileiro
Manifestantes voltam às ruas para exigir renúncia de presidente do Egito
Os militares “nunca utilizaram e nem vão utilizar a força contra a população”, diz a nota, que acrescenta que a presença de soldados nas ruas é “para garantir a segurança do povo egípcio”.
Nesta segunda-feira, milhares de egípcios repetiram nesta segunda-feira na praça Tahrir os protestos que vêm protagonizando há uma semana, um ato que ocorreu sem incidentes apesar de a polícia ter voltado às ruas após ficar ausente por três dias.
Solidariedade internacional
Cerca de 100 pessoas protestaram nesta segunda-feira (31/01) em Rabat, na capital do Marrocos, na frente da embaixada do Egito gritando “todos somos egípcios”, “abaixo a ditadura, viva a democracia” e “Mubarak covarde, o povo não se humilha”.
Os manifestantes, rodeados pela Polícia e as Forças antidistúrbios, levantaram cartazes que mostravam o ex-presidente da Tunísia Zine el Abidine Ben Ali conversando com seu colega egípcio, Hosni Mubarak, e rindo dele pela rapidez das revoltas.
Outro cartaz destacou a foto de um tanque do Exército egípcio, em cima do qual se podia ler “que caia Mubarak”.
Nos centros de Roma e Milão, centenas de egípcios se reuniram para exigir o final do regime do presidente de seu país de origem, Hosni Mubarak, e em solidariedade com os milhares de compatriotas que se manifestam há dias em todo o país árabe.
Na praça da República de Roma, cerca de 500 egípcios, que carregavam bandeiras do país, exibiram cartazes nos quais se podia ler em árabe e italiano frases como “Fora Mubarak assassino” e “fim da ditadura e da violência”.
Em Milão, aproximadamente mil pessoas, a maioria de origem egípcia, levaram à Piazzale Loreto bandeiras com as frases “O povo quer que o governo caia” e “Mubarak assassino”.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL