O embaixador sírio na ONU, Bashar Jaafari, afirmou nesta sexta-feira (13/04), durante reunião do Conselho de Segurança da ONU, que o país vai responder caso seja atacado por Estados Unidos, Reino Unido ou França, por conta do suposto uso de armas químicas contra a população local.
“Esses três países — Estados Unidos, Grã-Bretanha e França —, se eles pensam que podem nos atacar e atacar nossa soberania, não teremos outra escolha senão usar o Artigo 51 da Carta da ONU, que nos dá o direito de nos defendermos. Não é uma ameaça, é uma promessa. Não permitiremos que ninguém ataque nossa soberania”, disse.
O artigo 51, citado por Jaafari, diz que um membro da ONU tem direito à legítima defesa, individual ou coletiva, no caso de ataque armado, até que o Conselho de Segurança eventualmente intervenha no caso.
Jaafari também afirmou que as forças dos EUA no Mediterrâneo têm em sua mira o governo sírio e seus aliados, e não supostos “terroristas”.
Por sua vez, o secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, alertou para o risco de uma nova Guerra Fria por conta dos desenvolvimentos na Síria. “O aumento das tensões e a incapacidade de encontrar um compromisso para estabelecer um mecanismo de investigação ameaçam levar a uma escalada militar total”, afirmou.
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Jaafari disse que Síria vai reagir caso seja atacada
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A reunião no Conselho de Segurança foi pedida pela Rússia, que é um dos membros permanentes e que acusou, mais cedo, países “russofóbicos” de montarem o suposto ataque com armas químicas na região de Duma, em Ghouta Oriental, na Síria.
“Dispomos de dados irrefutáveis de que foi mais uma encenação e que nesta encenação se envolveram serviços secretos de um país que hoje em dia se esforça para estar nas primeiras fileiras da campanha russofóbica”, afirmou o ministro de Relações Exteriores do país, Sergei Lavrov.
Armas químicas
Especialistas da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAC) começarão a atuar na Síria em breve, lembrou Jaafari. “O governo sírio convidou a missão de investigação da OPAQ para visitar a Síria e ir ao local onde ocorreu o incidente. Estamos prontos para fornecer todas as condições necessárias para que este grupo trabalhe de forma transparente”, afirmou.
Segundo o diplomata, o convite para os especialistas da OPAC mostra que Damasco “acredita em habilidades diplomáticas e não teme [a investigação]”.
(*) Com Sputnik