O encontro de hoje (10) entre os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Rússia, Dmitri Medvedev, terminou com o fechamento de acordos de cooperação militar e proteção de informações confidenciais e de propriedade intelectual firmados pelos Ministérios de Defesa de ambos os países. Entretanto, os detalhes dos planos não foram divulgados.
Medvedev declarou que a “Rússia fornecerá os armamentos que a Venezuela pedir”, porém ressaltou que nenhum contrato para a venda de armas seria assinado durante a visita de Chávez, que esteve na Rússia pela oitava vez. “[O acordo] É um aspecto importante de nossas relações. Não escondemos isso. Mas, por outro lado, não vou enganá-los: contratos deste tipo nem sempre são assinados em público”, disse Medvedev à imprensa.
O presidente Hugo Chávez afirmou que a Venezuela ampliará a capacidade de defesa em resposta ao “crescente cerco ao país”. Citado pela agência russa RIA Novosti, o governante explicou que a ocupação de sete bases militares da Colômbia por tropas norte-americanas é uma mostra das pretensões de Washington e um dos motivos que o levaram a comprar uma grande quantidade de tanques russos.
Dmitry Astakhov/Kremlin Pool/EFE
Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Rússia, Dmitry Medvedev, não deram detalhes dos acordos de cooperação
Entre as prioridades venezuelanas, segundo fontes da indústria militar russa, estariam os tanques T-72 e T-90, que substituiriam os franceses MX-30 e já foram adquiridos por mais de 30 países, entre estes Irã e Síria.
A imprensa russa também informou que a Venezuela está interessada em submarinos elétricos e a diesel do tipo Varshavianka (Kilo, na classificação da Organização do Tratado do Atlântico Norte – Otan) e dos sistemas de defesa antiaérea Tor-M1, os mesmos que Teerã comprou há cerca de quatro anos.
Além dos acordos militares, vários memorandos de intenção foram assinados entre empresas russas e a estatal PDVSA (Petróleos de Venezuela S.A.), para a exploração conjunta da faixa do Orinoco, que guarda reservas estimadas de 235 bilhões de barris de petróleo pesado e superpesado.
Reconhecimento
Durante a visita, Hugo Chávez reconheceu os separatismos da Ossétia do Sul e da Abkházia, que se declararam independentes da Geórgia.
O anúncio feito pelo governante sul-americano a respeito das duas regiões separatistas contribuiu para o sucesso das conversas com Medvedev, que manifestou alegria cada vez maior pelo “reconhecimento internacional” à independência da Ossétia do Sul e da Abkházia, que têm o apoio político e militar de Moscou.
Chávez também disse que seu governo iniciará imediatamente os procedimentos para que a Venezuela estabeleça relações diplomáticas com as duas regiões do Cáucaso Norte.
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