Atualizada às 11h02
O opositor Leopoldo López, que se entregou nesta terça-feira (18/02) durante manifestação em Caracas, disse não se arrepender da convocação dos protestos ocorridos nas últimas semanas na Venezuela, em especial o de 12 de fevereiro, que deixou três mortos. Em vídeo feito antes de sua prisão, López afirmou que, no momento em que as pessoas vissem a gravação, possivelmente ele estaria “detido injustamente”.
“Não me arrependo do que fizemos até agora, do que foi a convocatória que fizemos há muito tempo, mas que se materializou no dia 12 de fevereiro, Dia da Juventude, com centenas de milhares de pessoas nas ruas de Venezuela”, afirmou López no início do vídeo.
O dirigente opositor, do partido Vontade Popular, que conduz uma campanha denominada “A Saída”, na qual se propõe à população ir às ruas para uma mudança de governo, é acusado pelo presidente Nicolás Maduro de ser o autor intelectual da violência nas manifestações pelo país. Nesta quarta-feira (19/02), está prevista a realização de uma audiência com López, que segue “detido com seus direitos resguardados”, segundo o governo venezuelano.
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“Que lutemos, que não descansemos. Somos milhões, estamos do lado correto e vamos ganhar. Depende de você, dos seus irmãos e da Venezuela”, diz López no final da gravação.
Agência Efe
Imagem de Leopoldo López em protesto de ontem, antes de ser detido
De acordo com Maduro, a rendição do opositor, concretizada ontem, foi negociada por três dias pelo presidente do Legislativo venezuelano, Diosdado Cabello. “Eu sei que o pai e a mãe dele sabem que nós salvamos seu filho. Nós terminamos cuidando da vida de Leopoldo López”, expressou o presidente em discurso desta terça-feira.
Ontem, centenas de milhares de venezuelanos saíram às ruas em manifestações a favor e contra o governo Maduro. O líder chavista afirmou que continuará no rumo “da democracia, das transformações pacíficas e legais”. A FANB (Força Armada Nacional Bolivariana) também deu declarações nesta terça e respaldou Maduro argumentando que “jamais aceitará um governo que não surja pela via constitucional”.