As tropas francesas iniciaram na madrugada desta quarta-feira (16/01) as operações terrestres no Mali e devem entrar em combate direto contra as forças rebeldes do país ainda hoje, informou Admiral Édouard Guillaud, chefe das Forças Armadas da França.
Efe (15/01)
Oficiais franceses preparam seus equipamentos e armas para iniciar operações terrestres no Mali
A intervenção militar francesa “Operação Serval” começou na última sexta-feira (11/01), quando o presidente François Hollande fez um acordo com o presidente interino malinense, Dioncounda Traoré, e confirmou a entrada das forças galesas para apoiar o Exército do país contra grupos separatistas armados e de orientação islâmica radical.
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Até esta quarta-feira (16/01), a ofensiva francesa estava focada em ataques aéreos nas regiões controladas pelos rebeldes. Agora, de acordo com o chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, a investida contará com operações terrestres e bombardeios.
Fontes anônimas do Ministério de Defesa citadas por agências internacionais afirmaram que o número de tropas francesas no país africano deve chegar a 1,7 mil nas próximas semanas, totalizando 2,5 mil oficiais. Atualmente, existem 800 soldados no Mali.
Os oficiais franceses ainda irão receber a colaboração de forças africanas a partir da próxima semana, informou nesta terça-feira (15/01) o premiê Jean-Marc Ayrault. “A França é, hoje, a vanguarda, mas dentro de uma semana, forças africanas vão ser mobilizadas por terra”, anunciou ele.
A Misma (Missão Internacional de Apoio ao Mali) é uma iniciativa dos países da África Ocidental que integram a União Africana. A Nigéria, que lidera a missão, afirmou que enviaria seus soldados nesta quarta (16/01), mas, devido a questões internas, adiou o plano.
“Nós temos um objetivo: assegurar que, quando sairmos e a intervenção estiver encerrada, o Mali será seguro, terá autoridades legítimas, um processo eleitoral e não será mais ameaçado por terroristas”, afirmou nesta terça (15/01) Hollande.
Com a intensificação do conflito, a crise humanitária no país africano se agravou. A ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) informou nesta quarta (16/01) que 150 mil pessoas já deixaram o Mali por conta dos embates. Segundo a OCHA (Escritório de Coordenação dos Assuntos Humanitários), cerca de 230 mil residentes do país estão deslocados do país.
Repercussões
Militantes islâmicos invadiram uma instalação da British Petroleum no sul da Argélia, e sequestraram oito reféns. Além de franceses, também estão incluídos um norueguês, um japonês, um britânico e um irlandês. De acordo com informações das forças de segurança argelinas, o ataque ocorreu por volta das 2 horas da madrugada (horário local) e os sequestradores vieram do norte doo Mali.
Uma fonte não autorizada argelina afirmou à agência Associated Press que as forças de segurança estão negociando com os captores.