O governo do Paraguai declarou nesta quarta-feira (04/07) como “persona non grata” o embaixador da Venezuela no país e ordenou a retirada do chefe da delegação diplomática paraguaia em Caracas, segundo um comunicado de seu Ministério das Relações Exteriores. A Venezuela já havia anunciado no dia 24 de junho a retirada de seu embaixador no Paraguai, assim como o corte de exportação de petróleo ao país por causa do processo político contra o Fernando Lugo.
O episódio ocorre dias após a ministra de Defesa do Paraguai, María Liz García, divulgar um vídeo com imagens de uma suposta reunião entre o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, e altos comandantes militares paraguaios no dia 22 de junho, pouco antes do processo de impeachment relâmpago que determinou a saída de Lugo da Presidência do país.
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Em breve entrevista coletiva, a ministra disse que recebeu ordens do presidente Federico Franco, que sucedeu Lugo neste mesmo dia, de entregar à imprensa cópias da gravação, que mostra os participantes do encontro entrando e saindo do local onde ocorreu a reunião. María Liz ainda acusou Maduro de incentivar as Forças Armadas paraguaias a se rebelarem contra a cassação de Lugo.
A rede TeleSur publicou na terça-feira a íntegra do vídeo divulgado por María Liz. Nas imagens, afirma a TeleSur, Maduro não aparece sozinho com os militares, como havia insinuado o material editado e transmitido por uma televisão paraguaia. Ele estava acompanhado de seus pares da Unasul (União de Nações Sul-americanas). Além dos chanceleres dos países do bloco regional estava também no encontro o secretário-geral, Alí Rodríguez.
As relações entre os dois países também ficaram abaladas após a decisão do Mercosul em suspender o Paraguai até as eleições presidenciais em 2013 e aceitar o entrada da Venezuela no bloco. O Parlamento paraguaio sempre se opôs ao ingresso do país de Hugo Chávez no Mercosul.