Horas após ser eleito primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau declarou na noite de terça-feira (20/10) que vai acabar com a participação de seu país nos ataques aéreos da coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o EI (Estado Islâmico) no Iraque e na Síria.
EFE
Trudeau quer romper com legado conservador do seu antecessor, Stephen Harper
O anúncio foi feito em um telefonema ao presidente norte-americano, Barack Obama. Na conversa, Trudeau reiterou que o Canadá permanecerá “forte membro da coalizão contra EI”, mas deixou claro seu “compromisso” para “colocar fim à missão de combate”.
Entretanto, o líder canadense não detalhou quando a participação na coligação internacional vai de fato terminar. Desde 3 de novembro de 2014, o país realiza ataques aéreos contra o grupo extremista no Oriente Médio.
Um dos mais críticos à decisão foi o ex-premiê Stephen Harper. Para o conservador, que foi o maior perdedor das eleições gerais canadenses desta semana após quase uma década no poder, a saída de Ottawa da coalizão “iria ferir as relações” com os norte-americanos.
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Filho do premiê Pierre Trudeau, tido como uma das figuras mais progressistas da política canadense, Justin afirmou que outras mudanças devem acontecer não só em termos diplomáticos, mas também nas políticas internas do governo.
Ontem, o novo premiê liberal prometera receber 25.000 refugiados sírios até o fim deste ano e afirmou que “os dias em que o Canadá foi um ator pouco entusiasta a respeito das mudanças climáticas ficaram para trás”.
Nos últimos anos de mandato de Harper, o país focou em favorecer impostos a corporações, sustentou a indústria de extração de petróleo, evitou leis em prol da sustentabilidade nas mudanças climáticas e ainda apoiou o governo de direita do premiê israelense, Benjamin Netanyahu. Entre as principais promessas de Trudeu, estão a taxação dos mais ricos, fazer o debate sobre a legalização da maconha e incentivar o acolhimento de refugiados