Pelo menos 11 pessoas ficaram feridas nesta sexta-feira (21/11) em confrontos na cidade de Alexandria, segunda maior do Egito, envolvendo grupos fieis ao presidente egípcio Mohamed Mursi, e grupos opositores laicos e seculares.
Os choques, marcados por pedradas, começaram nas imediações da mesquita de Al Qaed Ibrahim, uma das principais da cidade mediterrânea, após a reza muçulmana do meio-dia.
Os serviços de segurança intervieram imediatamente e dispersaram os adversários lançando bombas de gás lacrimogêneo.
Os manifestantes islâmicos convocaram um protesto junto ao templo “para defender os ulemás e as mesquitas”, depois que, na semana passada, o xeique Ahmed el Mahalaui permaneceu 14 horas fechado ali, cercado por fiéis enfurecidos por seu sermão em que pediu o voto pelo “sim” no referendo constitucional.
Os enfrentamentos se desencadearam depois que vários opositores lançaram pedras contra os islâmicos, que responderam da mesma maneira.
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As brigas ocorreram na véspera do segundo dia de votação do referendo sobre a nova Constituição, que ocorrerá em dezessete províncias do país.
O primeiro turno aconteceu no sábado em dez províncias, entre elas Cairo e Alexandria, e, segundo os resultados oficiais, venceu o “sim”, apoiado pelas forças islamitas, com um percentual de 56%.
A oposição laica rejeita a nova Carta Magna. Além de serem contra a aplicação de preceitos da sharia (lei islâmica), eles afirmam que o texto foi formado sem a participação de seus representantes políticos, já que eles abandonaram o processo de construção do texto, afirmando que os islâmicos não os deixavam trabalhar.
Da mesma forma que ocorreu hoje, em 14 de dezembro, um dia antes da realização da primeira votação do referendo, dez pessoas ficaram feridas em enfrentamentos entre opositores e partidários a Mursi, em Alexandria.