O governo provisório do Egito renunciou nesta segunda-feira (21/11) após a morte de pelo menos 22 manifestantes que protestavam, na emblemática praça Tahrir, pela convocação das primeiras eleições presidenciais no país após a queda do ditador Hosni Mubarak. O gabinete civil de ministros entregou a carta de renúncia ao Conselho Supremo das Forças Armadas, órgão que assumiu o controle do país em fevereiro deste ano. Ainda não há confirmação se os militares aceitaram ou não a renúncia.
“Pelas dificuldades que o país está atravessando atualmente, o governo vai assumir suas funções até que o Conselho das Forças Armadas tome uma decisão a respeito”, disse, em nota, o Conselho de ministros encabeçado pelo premiê Essam Sharaf.
Efe
Aglomeração de manifestantes na Praça Tahrir, que novamente é utilizada como epicentro dos protestos
O Egito volta a enfrentar uma crise política em meio as discussões sobre a nova Constituição do país. A disputa de forças entre os militares e os novos partidos políticos formados após a queda de Mubarak tem atrasado a convocação de novas eleições e aumentado a insatisfação popular. As Forças Armadas querem impor pré-condições ao trabalho da futura assembléia constituinte, de modo a manter parte do poder que possuem atualmente, além de exigirem uma autonomia quase total em relação aos Poderes Executivo e Legislativo.
De acordo com informações da agência Reuters, um porta-voz de um dos partidos presentes no governo disse que a cúpula militar aceitou a renúncia, mas só se manifestará oficialmente quando houver um acordo para a nomeação de um novo primeiro-ministro.
O Conselho de Ministros afirmou que “acompanha com muito interesse o desenrolar lamentável dos eventos vividos pelo Egito”, que causaram a morte de pelo menos 23 pessoas até agora e deixaram milhares de feridos.
“O governo assume sua responsabilidade política, manifesta sua lamentação por estes fatos dolorosos e, partindo deste sentimento, apresentou ontem sua renúncia e a pôs à disposição do Conselho Supremo das Forças Armadas”, diz a nota.
“Pedimos aos cidadãos para que se controlem e fiquem tranquilos para ajudarem a recuperar a estabilidade do país e abrir caminho para o primeiro passo democrático, que é a realização de eleições legislativas em sua data”, ou seja, a partir de 28 de novembro, informou o Executivo.
*Com informações da agência Reuters.
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