O diretor do Departamento sobre Migrações Internacionais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Jean-Christophe Dumont, disse à Agência Lusa nesta quinta-feira (31/10), em Lisboa, que o número de refugiados sírios na Europa crescerá ainda mais, com a falta de perspectiva sobre o fim do conflito no país. Ele apresentou o relatório do órgão sobre migrações em 2013.
Agência Efe
Crianças sírias brincam em campo de refugiados na fronteira entre Turquia e Síria, próximos à cidade síria de Azaz
“Temos de esperar o aumento de imigração humanitária síria na Europa, porque a situação é terrível”, afirmou. “A Síria está provocando o aumento dos refugiados que vão para o Iraque, a Turquia, a Jordânia e o Líbano, que são os países vizinhos que já estão recebendo pessoas”, explicou o diretor. Segundo ele, muitos dos refugiados estão em locais onde são ainda vulneráveis à violência, como no Líbano e no Iraque.
Os libaneses, com uma população de mais de 4 milhões de pessoas, aceitaram o maior número de sírios fugidos da guerra (760 mil, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, o Acnur). O país admite, no entanto, que pode já ter recebido mais de 1,3 milhão de refugiados. A diferença se dá em relação aos que não são registrados oficialmente.
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Na Jordânia, estima-se que haja cerca de 540 mil sírios fugidos da guerra; na Turquia, mais de 500 mil; no Iraque, 190 mil. Em setembro, a Suécia tornou-se o país europeu que concedeu o maior número de autorizações de residência para sírios – desde 2012, já foram 5 mil sírios a receber asilo.
O uso das rotas mediterrâneas em direção à Ilha de Lampedusa, na Itália, também têm aumentado. Segundo a Acnur, entre 300 e 400 imigrantes sobreviveram a naufrágios no Canal da Sicília (Itália) nos últimos meses, a maioria sírios e palestinos, que partiram do Porto de Zwara, no Líbano. Desde janeiro, cerca de 4,6 mil sírios chegaram à Itália em barcos pesqueiros e embarcações de pequeno porte, dos quais 3 mil em agosto.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgados em setembro, desde o início da crise, em março de 2011, cerca de 7 milhões de pessoas – um terço da população da Síria – são consideradas deslocadas internos e 2 milhões cruzaram as fronteiras.
(*) Com agências Brasil e Lusa