Atualizada às 19h57
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decidiu nesta sexta-feira (30/10) enviar 50 tropas de operações especiais à Síria para lutar contra o EI (Estado Islâmico), reportou a imprensa local.
Reprodução/ Casa Branca
Obama comentará ainda hoje decisão de enviar tropas especiais à Síria
O envio representa uma alteração substancial na política de Obama na guerra civil na Síria, já que até então o chefe de Estado era contrário à presença de soldados norte-americanos em terra firme no país presidido por Bashar al-Assad.
No começo da noite de hoje, o secretário de imprensa da Casa Branca Josh Earnest concedeu uma entrevista coletiva à imprensa para justificar a decisão do presidente e afirmou que com a decisão, Obama não quebrou as promessas de campanha.
Earnest disse ainda que a meta do presidente não era necessariamente evitar mandar tropas, mas prevenir que os Estados Unidos se engajasse em “uma guerra de longa escala em combate no campo”, tal como ocorreu com o presidente George W. Bush no Iraque em 2003.
Meta
A meta é que o novo contingente atue no norte da Síria para coordenar grupos locais contra o Estado Islâmico. Além disso, Obama autorizou o envio de aviões de ataque A-10, de apoio de tropas terrestres, e de caças F-15 à Turquia, informou a Agência Efe.
Desde novembro passado, os EUA lideram uma coalizão internacional que realiza bombardeios aéreos contra posições do EI no Iraque e na Síria. No primeiro caso, os norte-americanos têm apoio de autoridades de Bagdá. Contudo, Damasco é radicalmente contra a intervenção dos EUA no território e preferem a presença de tropas russas, que também atuam na nação há um mês.
EFE
Menino sírio anda de bicicleta em Douma, cidade próxima a Damasco: conflito se arrasta há mais de quatro anos
NULL
NULL
A decisão será comentada publicamente por Obama ainda nesta sexta e ocorre em meio a um impasse de uma cúpula internacional sobre a Síria que ocorreu hoje em Viena (Áustria). Desde 2011, o país é palco de uma guerra civil que já matou mais de 250 mil pessoas e resultou em centenas de milhares de refugiados.
Após oito horas de debates entre ministros de 20 países — incluindo França, Reino Unido, EUA, Rússia, irã e Arábia Saudita —, não houve consenso acerca do futuro de Assad à frente da presidência. Nas próximas semanas, haverá uma nova rodada de encontros.
“Esta reunião não foi fácil, foi histórica, foi a primeira vez que tivemos todos os atores na mesma mesa, em um ambiente muito construtivo”, comentou a chanceler da União Europeia, Federica Mogherini, em entrevista a jornalistas.