O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou a nova estratégia dos Estados Unidos para o Afeganistão. Em discurso ontem (1) na academia militar de West Point, em Nova York, Obama disse que irá enviar mais 30 mil soldados para o front antes do final do primeiro semestre de 2010, para permitir que, em julho de 2011, os EUA iniciem o trabalho de retirada. O custo total será de 30 bilhões de dólares no próximo ano.
Obama disse que a guerra do Afeganistão “não está perdida”, mas reconheceu que nos últimos anos a situação regrediu diante da retomada da força dos rebeldes talibãs. “A situação atual é insustentável”, comentou. Ele ainda lançou uma dura advertência aos dirigentes afegãos, dizendo que “acabaram os dias nos quais recebiam um cheque em branco”.
Fotos: EFE (01/12/2009)
Obama cumprimenta cadetes em Nova York
Os soldados adicionais começarão a ser mobilizados no sul e no leste do Afeganistão, onde a insurgência talibã se mostrou mais ativa até o momento. A ideia é destruir a capacidade militar dos talibãs de modo que as forças afegãs possam enfrentá-los sozinhas
Segundo ele, é essencial a ajuda de outros países na solução do conflito e para isso, disse ter pedido mais tropas às outras nações que participam da missão no Afeganistão. De acordo com Obama, alguns países já aceitaram a proposta e outros devem fazer o mesmo. “Precisamos nos unir para terminar essa guerra de forma bem sucedida”, afirmou.
Talibã
Logo após o anúncio, os talibãs afirmaram que o envio de mais tropas só reforçará a resistência. “Obama verá desfilar muitos caixões de soldados norte-americanos mortos no Afeganistão”, declarou o porta-voz da milícia, Qari Yusuf Ahmadi por telefone, falando à AFP.
“Sua esperança de controlar militarmente o Afeganistão não se tornará realidade. Os 30 mil soldados extras reforçarão a resistência e a luta. Eles se verão obrigados a uma retirada vergonhosa. Não há como cumprir suas esperanças e objetivos”, concluiu o porta-voz.
Países aliados
Japão, Coreia do Sul e França elogiaram o discurso de Obama. O governo japonês confirmou o apoio e afirmou que “trabalhará conjuntamente com os EUA e outros países e vai cooperar ativamente no desenvolvimento do Afeganistão”, segundo o porta-voz.
Mulheres afegãs atravessam rua em Herat, oeste do Afeganistão
Recentemente, o Japão anunciou mudanças em sua participação nos trabalhos de pacificação do Afeganistão com a chegada do novo primeiro-ministro Yukio Hatoyama, que decidiu não prorrogar a missão de apoio logístico das Forças Marítimas de Autodefesa (Marinha do Japão).
Em comunicado do Ministério de Exteriores, o governo sul-coreano disse que “respalda a decisão norte-americana de ampliar seus esforços em ajuda ao Afeganistão, o que inclui o aumento das forças militares para acelerar a estabilidade e reconstrução do país”.
Por sua vez, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, mostrou seu “pleno apoio” ao colega em seu “novo impulso” no Afeganistão, mas não anunciou o envio de tropas a mais solicitado por Washington.
Irã
O Irã se antecipou ontem ao anúncio de Barack Obama sobre o envio de mais soldados ao Afeganistão e o acusou de adotar para a região uma política similar à de seu antecessor, George W. Bush.
O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, classificou como “desculpas” os motivos alegados pela Casa Branca para reforçar a presença militar em solo afegão. “Ninguém deve dar ouvidos a essas análises, já que carecem de qualquer tipo de seriedade”, afirmou Mehmanparast.
(Atualizada às 12h19)
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