A ONU suspendeu as operações de ajuda contra a epidemia de cólera no norte do Haiti nesta quarta-feira (17/11), de acordo com informações da rede de notícias britânica BBC. De acordo com as tropas da Minustah (Missão da ONU para Estabilização do Haiti), a razão é a onda de protestos que “culpa os funcionários da organização pela epidemia no país” desde o início da semana.
Para os manifestantes, militares do Nepal, incorporados à Minustah em outubro, teriam trazido os primeiros casos de cólera para o Haiti. A acusação baseia-se do fato de a bactéria ter origem asiática e, principalmente, porque as tropas estarem antes situadas perto do rio Artibonite, considerado o maior foco da doença.
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Desde cedo, voos que levariam ajuda para a região foram cancelados, projetos de purificação de água e treinamentos foram cancelados, segundo a ONU, em razão da violência contra os funcionários que vem prejudicando o combate à doença. Em razão da interrupção das operações, alimentos foram saqueados ou queimados nos armazéns da ONU no Haiti.
Na segunda-feira (15/11), confrontos entre manifestantes haitianos e as forças da ONU deixaram duas pessoas mortas, um deles atingido por uma bala disparada por um soldado da ONU. Pelo menos outras 19 ficaram feridas.
Motivações políticas
Um dia depois, a Minustah pediu o fim dos protestos violentos nas cidades de Cap Haïtien e Hince, principais cidades prejudicadas, segundo a organização, porém os protestos apenas se agravaram.
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Apesar disso, a ONU afirma ainda que as manifestações também têm motivações políticas e que os manifestantes visam prejudicar as eleições marcadas para o próximo dia 28. “A maneira com que os eventos ocorreram sugere que estes incidentes tinham motivações políticas, que visavam criar um clima de insegurança na época das eleições”, disse a organização de acordo com a BBC.
O presidente do Haiti, René Preval, pediu calma a população e disse que os protestos estão dificultando o combate à cólera e impedindo pessoas de receberem tratamento adequado.
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