O deputado opositor Miguel Ángel Rodríguez afirmou neste domingo (14/04) que a coalizão MUD (Mesa da Unidade Democrática), que apoia o candidato à Presidência Henrique Capriles, não pode ser forçaada a reconhecer os resultados eleitorais depois do que classificou de “um processo viciado”. O bloco opositor divulgou pela manhã algumas ocorrências registradas por testemunhas em centros eleitorais do país e pediu ao CNE (Conselho Nacional Eleitoral) que tome medidas para que o regulamento eleitoral seja cumprido.
Em entrevista a Opera Mundi, Rodríguez afirmou que o CNE “deve fazer com que se cumpra a Constituição e garantir que o voto seja livre e transparente” e que, se as irregularidades continurem a ocorrer, o Ministério Público do país será chamado a intervir. Deputado sem partido pelo Estado de Táchira, Rodríguez diz que, a pesar de integrar a MUD (Mesa de Unidade Democrática), não pode responder pelo bloco todo sobre exatamente quais medidas seriam tomadas no caso de o órgão eleitoral do país não atenda às reivindicações.
Agência Efe
Eleitores fazem fila em Caracas para participar da eleição presidencial venezuelana
“Estamos com os olhos bem abertos em todo o país”, disse o dirigente. Ele pediu aos venezuelanos que testemunharem violações que tenham “força, resistência e contundência” para impedi-las. “Nossos membros de mesa tem que fazer cumprir a lei¨, disse. “Estamos mais dispostos que nunca a fazer com que as normas se cumpram e que o resultado reflita justamente o que deve refletir”, respondeu, ao ser questionado sobre os resultados do último pleito presidencial, em 7 de outubro, reconhecidos pelo bloco opositor.
Entre as irregularidades apontadas pelos opositores está a de que algumas pessoas que não precisam de ajuda para votarem estariam sendo acompanhadas durante a votação.
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Em uma coletiva de imprensa, o bloco também mostrou um vídeo no qual um homem vestido de vermelho fotografa eleitoras durante o voto. A MUD considera que esse ato intimida os eleitores e viola o sigilo do voto. “Oa abuso eleitoral por parte de quem apoia o governo tem mil formas. A cada dia a democracia foi descobrindo cada uma delas e se preparado para enfrentá-las”, disse Rodríguez. “Somente repito o que já falou Capriles nestes últimos dias: o Capriles de hoje não é o mesmo do de 7 de outubro. E a equipe que o acompanha não é a mesma que o acompanhou em 7 de outubro. Agora temos muito mais consciência de como se moveram abusivamente, de como burlaram o cumprimento da Constituição, da lei eleitoral e do regulamento eleitoral¨.
Rodríguez afirmou ainda que, “se o resultado eleitoral, de forma transparente, favorecer o candidato do governo, Henrique Capriles já disse que o reconhecerá”. Mas completou: “Porém, não vamos ser forçados a conhecer resultados vindos de um processo viciado. Como consequência, estamos fazendo e documentando as denúncias e realizando diligências correspondentes para que cesse o que eu denomino o bloqueio ilegal ao voto livre”.
Para governistas, situação é normal
Por sua vez, Jorge Ramírez, prefeito de Caracas e chefe de comando da Campanha Hugo Chávez, que apoia Maduro, afirmou que o país tem sorte de contar com o sistema eleitoral “mais moderno e eficiente do mundo”, do qual participam 18,9 milhões de eleitores, disse, após ter votado na escola Padre Mendoza, no bairro de El Valle. “Esperamos que esse fluxo de eleitores se mantenha assim, para que possamos seguir contando com a democracia mais sólida do mundo inteiro”, afirmou, após lembrar que, nos últimos 14 anos, o governo venezuelano convocou 18 consultas populares, todas validadas e certificadas por diferentes organismos nacionais e observadores internacionais.
Segundo Ramírez, o pleito está transcorren do de forma “normal”.