Por conta de uma recessão mais intensa do que a esperada, a Grécia não vai cumprir a meta de redução do seu déficit público neste e no próximo ano. Segundo o orçamento preliminar apresentado pelo Ministério de Finanças no último domingo (02/10) e aprovado pelo gabinete do governo, as contas do governo serão negativas em 8,5% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, inferior aos 7,8% projetados anteriormente.
Já para 2012, a previsão é de que o déficit atinja os 6,8%, contra uma determinação de 6,5% pela Troika (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia). O texto deve seguir para análise da Comissão de Assuntos Econômicos do Parlamento ainda nesta segunda.
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Além do mais, a dívida pública deve se elevar no próximo ano, uma vez que o rascunho do orçamento apresentado nesta segunda-feira para este e para o próximo ano mostram valores estimados em 161,8% do PIB e em 172,7% do PIB, respectivamente, segundo agências internacionais.
“O grande problema orçamentário da Grécia é a profunda e múltipla crise na zona do euro, e a inexistência de efetivas e suficientes instituições do governo econômico mundial”, assinala o documento apresentado no Parlamento. O texto acrescenta que a “Grécia já recebeu 65 bilhões de euros do primeiro resgate de 110 bilhões de euros”.
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Os cortes nos gastos públicos que vêm sendo realizados desde que o primeiro pacote de ajuda foi anunciado para a Grécia chegaram a 6,6 bilhões de euros. Porém, segundo o comunicado de Evangelos Venizelos, ministro de Finanças, se não houver cooperação entre os cidadãos e os aparelhos de Estado para responder de forma adequada, o déficit poderá aumentar em até 0,5 ponto percentual até o fim do ano.
O ministro deixou claro que a recessão que vive a economia grega foi a principal responsável para que a meta não consiga ser atingida em sua totalidade. A queda no PIB estimada para 2011 é de 5,5%, enquanto em maio, quando os acordos foram realizados com a Troika, a projeção era de 3,8% de contração.
Ainda de acordo com o documento, “os sacrifícios e esforços do povo grego” devem trazer um superávit primário já no próximo ano, de 3,2 bilhões de euros, contra um déficit primário de 24 bilhões de euros ao fim de 2009.
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