O procurador de Manhattan, Cyrus Vance, formalizou na tarde desta quinta-feira (01/07) as acusações contra a Organização Trump e o diretor financeiro da empresa, Allen Weisselberg, por crimes fiscais, após três anos de investigação.
A companhia e Weisselberg foram indiciados por um esquema de evasão de impostos por um período de 15 anos, de 2005 a junho de 2021. O valor total estimado dos desvios chega a cerca de US$1,7 milhão (cerca de R$ 8 milhões).
Segundo o jornal norte-americano The New York Times, o diretor financeiro da empresa, apontado como o “homem forte” do ex-presidente Donald Trump, também é acusado de roubo qualificado.
Entre as acusações, está a falta de pagamento de impostos sobre certos benefícios, como o uso de carros por funcionários da Organização Trump e taxas escolares. Ainda de acordo com a acusação, a entidade pagou aos funcionários aluguel, contas de serviços públicos, taxas de garagem, despesas escolares e outras despesas de subsistência sem declará-los adequadamente “para que eles pudessem e pagassem impostos federais, estaduais e locais em valores que eram significativamente menores do que os valores que deveria ter sido pago ”.
O conselheiro-geral da Promotoria do distrito de Manhattan, Carey Dunne, responsável pelas investigações, classificou o “esquema de pagamentos ilegais” como “abrangente e audacioso”. “Este foi um esquema de fraude fiscal de 15 anos envolvendo pagamentos não registrados”, disse ele.
Em sua primeira reação sobre a investigação, Trump afirmou que a acusação “política” da companhia e de seu diretor financeiro “divide o país como nunca antes”.
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Valor total estimado dos desvios da Organização Trump chega a cerca de US$1,7 milhão
O diretor financeiro de 73 anos, que trabalhou para a família Trump por quase 50 anos e é considerado o guardião dos segredos da organização, se rendeu às autoridades no tribunal criminal de Manhattan na manhã desta quinta.
A defesa de Weisselberg afirmou em nota que ele vai se declarar “não culpado e lutará para combater as acusações no tribunal”.
Segundo a emissora ABC News, o diretor financeiro teria se beneficiado do esquema e ganhado um apartamento, entre outros itens de luxo, não declarados.
Embora nenhuma acusação tenha sido feita diretamente contra Trump, os promotores de Nova York ainda estão investigando as alegações de “dinheiro secreto” pago a mulheres que dizem ter tido relações sexuais com o ex-presidente e alegações de manipulação de preços de imóveis.
As acusações representam um desafio às ambições políticas de Trump, que deu início a uma série de comícios de campanha e está se posicionando para outra corrida à presidência em 2024.
A defesa de Trump disse que as acusações “são infundadas” e que têm “motivações políticas”. “Isso não é justiça; isso é política”, disse em comunicado. A holding da família do ex-presidente dos Estados Unidos inclui diversas ações da família, prevalentemente imóveis, como os hotéis e campos de golfe, mas também inclui transações financeiras.
(*) Com Ansa.