Alssane Ouattara foi confirmado nesta quinta-feira (10/03) como chefe do Estado da Costa do Marfim em reunião presidencial do Conselho de Paz e Segurança da UA (União Africana) para solucionar o conflito pós-eleitoral do país, apesar da rejeição dos representantes de Laurent Gbagbo.
O próprio Ouattara disse aos jornalistas ao término da reunião em Adis-Abeba que “a Comissão de Alto Nível (de presidentes designada pela Cúpula da UA) confirmou minha eleição por grande maioria”.
Ouattara também indicou que, “para preservar a paz”, aceitou “dar uma saída honorável” a Gbagbo ao formar seu governo.
No entanto, garantiu que não será “um governo de união nacional”, mas designará “os melhores da Costa do Marfim para tirar o país de uma situação desastrosa, pois a economia afundou e os indicadores sociais são os piores desde a independência”.
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Como disse em janeiro para a Cúpula da UA, as medidas são “vinculativas” e Gbagbo terá que deixar a Presidência, como exige há mais de três meses a comunidade internacional, disse Ouattara.
No entanto, Gbagbo e seus representantes não aceitaram a proposta nem um governo partilhado, por isso poderia prosseguir a situação de enfrentamento e violência vivida desde dezembro na Costa do Marfim, com dois presidentes empossados, Ouattara e Gbagbo.
A reunião presidencial do Conselho de Paz e Segurança da UA ficou bloqueada durante horas pela rejeição dos representantes de Gbagbo às propostas, aprovadas na quarta-feira em Adis Abeba pela Comissão de Alto Nível.
Relutância
Os representantes de Gbagbo, o presidente da FPI (Frente Popular Marfinense), Pascal Affi N'Guessan, e seu ministro de Relações Exteriores, Alcide Djédjé, se apressaram a rejeitar, antes de terminar o encontro, a proposta que confirma Ouattara como presidente.
“Nunca aceitaremos se a proposta for para que o presidente Gbagbo deixe o poder, porque é o líder eleito da Costa do Marfim”, disse Djédjé nos corredores da sede da União Africana aos jornalistas.
Após as eleições do novembro, a Comissão Eleitoral deu a vitória a Ouattara, resultado que foi certificado pela ONUCI (Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim).
Gbagbo, que está há dez anos na Presidência, não aceitou o resultado e recorreu ao Conselho Constitucional, formado por seus seguidores, que anulou quase um milhão de votos de zonas onde Ouattara tem grande maioria e o proclamou ganhador, o que foi rejeitado taxativamente pela comunidade internacional.
O atual presidente pretende impedir o retorno de Ouattara, que viajou para Etiópia para uma reunião da UA, mediante uma ordem na qual proíbe os voos da missão da ONU e da operação militar francesa “Licorne” sobre o território do país.
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