Os pais de dois soldados norte-americanos mortos em um ataque à embaixada dos EUA na Líbia em 2012 entraram, nesta segunda-feira (08/08), com uma ação judicial contra a ex-secretária de Estado e atual candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton. Eles alegam que houve “extremo descuido” de Hillary no manejo de informações confidenciais, o que teria contribuído para a morte dos oficiais, além de difamação em declarações à imprensa.
O processo foi apresentado em nome de Patricia Smith, mãe do oficial do Departamento de Estado norte-americano Sean Smith, e por Charles Woods, pai do oficial Tyrone Woods.
Agência Efe
Segundo pais de soldados mortos, houve negligência de Hillary Clinton como secretária de Estado dos EUA
Smith e Woods foram vítimas de um ataque à representação norte-americana em Benghazi, na Líbia, em setembro 2012, que também causou a morte do embaixador Christopher Stevens e de um terceiro oficial.
O ataque foi realizado durante uma manifestação contra o filme “A inocência dos muçulmanos”, considerado ofensivo ao profeta Mohammad.
De acordo com a acusação, o ataque “foi diretamente e aproximadamente causado, no mínimo, pelo uso do servidor de e-mail privado da senhora [Hillary] Clinton no Departamento de Estado”.
A defesa das famílias alega que os agressores foram capazes de “obter o paradeiro do embaixador Christopher Stevens e também o esconderijo do Departamento de Defesa dos EUA e outras operações do governo em Benghazi, Líbia, e consequentemente orquestrar, planejar, e executar o agora infame ataque de 11 de setembro de 2012”.
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Além de responsabilizar Hillary por negligência pelas mortes, as famílias acusam a democrata de “comentários falsos e difamatórios, descuidadamente e propositadamente e/ou intencionalmente com malícia” em suas declarações à imprensa.
Os pais dos soldados mortos têm se posicionado publicamente contra a candidata do Partido Democrata para as eleições de novembro nos Estados Unidos. Em 18 de julho, na Convenção Nacional Republicana, Smith disse culpar Hillary “pessoalmente” pela morte de seu filho.
Em um comunicado, Nick Merrill, porta-voz da democrata, disse que não há “evidências” para responsabilizar Hillary sobre mortes. “Enquanto ninguém pode imaginar a dor das famílias dos bravos norte-americanos que perdemos em Benghazi, houve nove investigações diferentes sobre esse ataque e nenhum encontrou qualquer evidência sobre qualquer infração por parte de Hillary Clinton”.
Em junho, um relatório do Congresso dos EUA indicou que não houve segurança adequada por parte dos EUA na proteção de oficiais do país na Líbia, apesar de reiterados pedidos para que houvesse reforço.
Entretanto, segundo o documento, a investigação não encontrou indícios de possíveis infrações cometidas por Hillary Clinton.