O papa Francisco, que visitará a Bolívia entre os dias 8 e 10 de julho, pediu especificamente para mascar a folha de coca durante sua estadia no país, como informou o ministro de Culturas, Marko Machicao.
Agência Efe
Papa Francisco cumprimenta fieis e acena para menina durante audiência na Cidade no Vaticano
O sumo pontífice pediu que autoridades bolivianas levem folhas de coca para ele assim que chegar ao aeroporto de El Alto, em La Paz, situado a quatro mil metros acima do nível do mar. As propriedades tanto da folha, quanto do chá de coca, ajudam a evitar o “soroche”, ou mal da altitude.
“Ele nos pediu especificamente para mascar coca. (…) Assim, esperaremos o Santo Padre com a sagrada folha de coca”, afirmou Machicao.
Vanessa Martina Silva
Durante a estadia no país, Francisco receberá também como presente um bolo e outros produtos derivados da folha de coca. “Entregaremos um bolo, chá e alguns outros derivados da coca para que nosso irmão papa os consuma”, informou o vice-presidente das Seis Confederações do Trópico de Cochabamba, Leonardo Loza.
História
Na Bolívia, o “acullico” ou ato de mascar folhas secas de coca, é uma prática milenar indígena e é considerado um patrimônio cultural do país. Até hoje, os povos ancestrais, mineiros, setores populares bolivianos mascam coca para evitar o cansaço, a fome e os efeitos da altura.
Em 2013, o presidente do país, Evo Morales, conseguiu despenalizar o ato de mascar coca no país e vem tentando promover os benefícios da planta, exportando chá de coca e desenvolvendo sua incipiente indústria local que fabrica biscoitos, pães e massas a partir da farinha de coca, em substituição à de trigo.
NULL
NULL
Uma pesquisa realizada na Universidade de Harvard descobriu que a planta tem três vezes mais cálcio que o leite e é rica em ferro, proteínas e vitaminas.
De fato, em entrevista a Opera Mundi, a socióloga boliviana Silvia Rivera, especialista em questões da coca, a planta pode ajudar na cura de várias doenças: “A osteoporose, o diabetes e outros 18 problemas de saúde seriam tratáveis se pudéssemos ter acesso à folha”, garante.
