Milhares de sírios foram às ruas de várias regiões do país nesta quinta-feira (02/02) para lembrar o trigésimo aniversário do massacre ocorrido em 1982 na cidade de Hama, em que morreram entre 10 mil e 40 mil pessoas. Ao mesmo tempo, o Conselho de Segurança da ONU reformula uma nova resolução sobre a Síria para tentar obter apoio da Rússia.
As manifestações em memória à tragédia foram realizadas nas províncias de Hama, Damasco e Aleppo, entre outras cidades. As forças leais ao presidente Bashar al Assad tentaram reprimir as manifestações. Pelo menos uma pessoa morreu pelos disparos efetuados.
Efe
Movimento por resolução contra o regime sírio é liderado pelos EUA e por países europeus, que criticam a Rússia
A oposição tinha convocado uma greve geral em Hama, o que paralisou a cidade, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, órgão da oposição.
Os protestos se estenderam também a Damasco, onde os manifestantes gritavam palavras de ordem em lembrança a Hama e reivindicavam a queda do regime.
Esses mesmos lemas marcaram as três passeatas, que saíram de diferentes pontos em Aleppo – segunda maior cidade da Síria – em lembrança dos 30 anos do massacre.
O massacre de 1982 foi cometido pelo regime de Hafez al Assad, pai do atual presidente, para abafar um levante islâmico.
Além da mobilização pela memória do massacre, houve nesta quinta-feira novas manifestações reprimidas pelas autoridades. Segundo órgãos da oposição, a repressão teria causado pelo menos oito mortes: três em Homs, duas nos arredores de Damasco, duas em Deraa e uma em Hama.
Resolução
Na ONU, a polêmica proposta formulada pelo Marrocos, que entre outras medidas pede a renúncia de Bashar al Assad, e segue o plano de transição proposto pela Liga Árabe, foi amplamente debatida. Os 15 integrantes do órgão preparam agora um reformulação, adaptando-a às condições impostas pela Rússia. Tradicional aliada de Damasco, Moscou sempre rejeitou qualquer condenação à Síria no Conselho. A proposta também exige o fim da violência e condena violações de direitos humanos e liberdades fundamentais por parte das autoridades sírias.
O texto também contempla o reconhecimento às sanções já impostas a Damasco pela Liga Árabe e o embargo ao envio de armas, pontos rejeitados publicamente pela Rússia, que teme que, se o Conselho de Segurança romper o silêncio sobre a Síria, poderá impulsionar uma intervenção militar no país em crise.
“Há diversas opiniões e, agora, o Marrocos vai trabalhar para buscar um novo texto sobre o qual voltar a negociar”, disse o embaixador da Colômbia na ONU, Néstor Osorio, ao término da reunião à agência Efe. Segundo ele, boa parte das negociações desta quarta-feira se centrou no “grau de apoio” que o Conselho deve dar ao plano de transição preparado pela Liga Árabe para a Síria.
Na reunião desta quarta-feira, o objetivo dos países ocidentais e dos demais que apoiam a resolução dentro do Conselho era aproximarem suas posturas com os russos, que por ser membro permanente do órgão, pode vetar as resoluções. Isso significa que o pedido de renúncia de Al Assad sairá do texto.
Exílio
O governo da Turquia informou que pode considerar a concessão de asilo político a Al Assad, e sua família. A informação é do presidente turco, Abdullah Gul, que ressaltou n entanto, não ter ocorrido pedido algum. “Neste momento não há nada”, disse ele à agência Reuters. “Se tal pedido nos for feito, é evidente que o analisaremos”.
A Turquia é considerada um país com perfil de mediador por vários governos da região.
Os turcos e os sírios romperam as relações políticas desde o acirramento da crise no país de Bashar Al Assad no ano passado.
Munição
Ainda nesta quinta-feira, a Rússia voltou a manifestar seu apoio ao regime do presidente Bashar al Assad, afirmando que continuará a fornecer armamento à Síria até que a situação do país se estabilize.
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