Agência Efe
Opositores comemoraram na noite de ontem (22) a destituição de Viktor Yanukovich
O Parlamento da Ucrânia nomeou neste domingo (23/02) como presidente interino do país Alexandr Turchinov, braço direito da ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko e ligado aos grupos opositores que tomaram às ruas de Kiev nas últimas semanas. A nomeação foi aprovada por 285 dos 339 deputados presentes no plenário.
O Parlamento destituiu o presidente Viktor Yanukovich na manhã de ontem (22) após semanas de pressão de grupos ligados à ultradireita ao governo.
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Turchinov será presidente até as próximas eleições, agendadas para maio. Pouco antes de sua designação, ele pediu aos deputados que iniciassem consultas urgentes para formar uma coalizão de maioria capaz de formar um governo. “A situação na Ucrânia, particularmente de sua economia, é catastrófica. O governo de Yanukovich arruinou a economia e nos cofres públicos não há dinheiro”, disse.
Presidente deposto contesta decisão e fala em golpe
Longe da capital, Kiev, onde opositores invadiram o palácio presidencial, o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, denunciou ontem (22) ser vítima de um “golpe de Estado”. Yanukovich também disse que não tem a intenção de renunciar nem de deixar o país, como disseram líderes da oposição.
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O presidente deposto ainda afirmou que todas as decisões tomadas pelo Parlamento – inclusive a libertação imediata da líder oposicionista Yulia Tymoshenko – são ilegais. O presidente comparou a situação na Ucrânia com a tomada do poder pelos nazistas na Alemanha na década de 1930, chamando os oposicionistas de “gângsters” e dizendo que não irá negociar com eles. “Adotamos duas leis sobre anistia, demos todos os passos que estabilizariam a situação política no país. Mas passou o que se passou”, disse.
Até o momento não há informações oficiais do paradeiro do presidente deposto.
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Calmaria em Kiev
De acordo com informações da imprensa europeia, a Praça da Independência, Kiev, transformada por semanas em zona de conflito civil, amanheceu tranquila. Já são mais de dez horas sem nenhuma ocorrência de violência.
Na noite de ontem, uma multidão se reuniu para celebrar a saída de Yanukovich de Kiev e receber a ex- primeira-ministra e líder opositora, Yúlia Timochenko, libertada da prisão horas antes. O comércio da região também abriu as portas depois de vários dias de atividades suspensas em função da violência.