A câmara baixa do Parlamento russo aprovou nesta terça-feira (15/02) uma resolução para pedir ao presidente Vladimir Putin que reconheça a independência das repúblicas autoproclamadas de Lugansk e Donetsk, regiões controladas por grupos separatistas na Ucrânia.
“Os deputados consideram que o reconhecimento da República Popular de Lugansk [RPL] e da República Popular de Donetsk [RPD] criará fundamentos para obter garantias de segurança e a proteção dos moradores destas repúblicas de ameaças externas, além de fortalecer a paz internacional e estabilidade regional, conforme os objetivos e princípios da Carta das Nações Unidas, iniciando o processo de reconhecimento internacional de ambos os Estados”, afirmou o presidente da Duma de Estado (Parlamento) da Rússia Vyacheslav Volodin.
Moscou espera que os líderes da missão de monitoramento da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) tenham uma interação construtiva com Lugansk e Donetsk, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.
“Também é preciso garantir a imparcialidade do acompanhamento da situação pela missão de monitoramento da OSCE, esperamos de sua liderança uma cooperação de trabalho construtiva com as autoridades de Donetsk e Lugansk, tal como é exigido pelo mandato dessa missão”, afirmou.
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Moscou espera que os líderes da missão de monitoramento tenham uma interação construtiva com Lugansk e Donetsk segundo Lavrov
No dia 19 de janeiro, foi enviado um apelo ao presidente russo para que considerasse o reconhecimento das duas repúblicas o mais rápido possível, visando criar a base legal para as relações interestatais e a regulação de todos os aspectos de cooperação e apoio mútuo.
De acordo com Volodin, Washington está elevando a tensão, fornecendo armas à Ucrânia em conjunto com os países europeus, com Kiev descumprindo os acordos de Minsk, o que representa uma ameaça à vida dos cidadãos destas repúblicas.
A medida, aprovada por ampla maioria no Parlamento Russo, foi condenada pelo governo ucraniano, União Europeia e OTAN.
Segundo o ministro do Exterior da Ucrânia, Dmytro Kuleba, caso o presidente russo reconheça Lugansk e Donetsk como regiões independentes, o ato será tido como prova final de que Moscou abandonou o acordo de Minsk.
*Com Sputnik News