No próximo dia 1º de julho, o Partido Comunista da China comemora seu 100º aniversário. É a maior organização política do mundo, com mais de 90 milhões de membros. Além disso, é responsável por dirigir os destinos da segunda potência mundial.
A fundação do partido marcou um antes e um depois na história do gigante asiático, liderando a transformação de um país semifeudal e atrasado em uma potência capaz de rivalizar com a economia estadunidense e construir sua própria estação espacial.
Muitos se perguntam quais são os segredos do sucesso do partido e do apoio popular que ele mantém em um país com 1,4 bilhão de habitantes e mais de 50 etnias diferentes. O acadêmico chinês Xie Chuntao acredita que parte da resposta está nas origens da organização política que hoje conta com mais de 90 milhões de membros.
Na década de 1920, a China era um país puramente agrícola, a chave estava no campo e ninguém prestava atenção a essa área, mas foi ali que o Partido Comunista formou suas bases, o que lhe proporcionou uma força incrível.
“O partido fez uma reforma agrária, promoveu grandes mudanças sociais e institucionalizou uma estrutura legal e governamental que fosse liderada pelo povo e respondesse ao povo, com representantes de todas as regiões, etnias e camadas sociais chineses. O povo é a maior força do partido”, disse Xie Chuntao, membro da Academia Nacional de Governança da China.
Reconhecido por liderar a fundação da “Nova China” em 1949, entre os sucessos do partido se destacam o desenvolvimento econômico exponencial com a política de reforma e abertura, a erradicação da pobreza extrema, a contenção da pandemia de covid-19 e o lançamento de um ambicioso programa espacial.
Para Zhang Shiyi, acadêmico do Centro de Pesquisa do Instituto de História do Partido Comunista chinês, a direção do Partido Comunista foi um fator fundamental para o sucesso da revolução chinesa.
“A construção, a reforma e o processo de rejuvenescimento nacional são também pontos muito importantes no processo de construção do socialismo com características chinesas”, completou.
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Partido Comunista da China completa 100 anos de existência
A principal razão pela qual o partido conseguiu exercer o seu papel de liderança, segundo Shiyi, “é porque atribuiu grande importância a manter vivo o espírito da revolução. Também continuou a se fortalecer em termos de caráter político, orientação teórica, organização, liderança, disciplina, sistema e integração”.
Embora o PC chinês tenha chegado ao seu primeiro centenário com sucessos para festejar e num contexto histórico muito diferente de 1921, autoridades destacam a importância de se manter apegado às ideias fundadoras e de assumir novos desafios na construção do socialismo e do progresso da nação.
“Após 100 anos, o Partido Comunista chinês mantém muitos de seus objetivos fundacionais, que são alcançar uma vida melhor para o povo chinês e resolver todos os problemas internos. Ainda assim, o presidente Xi Jinping anunciou há vários anos que devemos estar preparados para novos desafios como os que estamos vivendo atualmente, com as constantes tentativas dos países ocidentais, principalmente dos Estados Unidos, de frear o avanço da china nas esferas econômica, militar, especial e tecnológica”, disse Xie Chuntao, membro da Academia Nacional de Governança da China.
Chuntao acrescentou que “os Estados Unidos não se sentem à vontade com a ascensão da China e sempre quiseram ver o colapso do país. Mas, enquanto isso, a China se desenvolveu mais e é por isso que agora inventam a chamada “ameaça chinesa” apenas com o objetivo de que o país não os supere”.
Apesar das mudanças e dos novos tempos, os governantes chineses hoje têm a mesma missão, e o principal objetivo de Xi Jinping, secretário-geral do Partido Comunista, é ajustar o ritmo e o modelo de desenvolvimento para continuar no caminho de prosperidade.
Espera-se que em alguns anos a China se torne a principal potência mundial, superando os Estados Unidos. Contra as previsões de seus rivais, essa nova vitória será alcançada sob a orientação do mesmo partido fundado há um século por Mao Tsé-tung e os comunistas chineses.
(*) Com Brasil de Fato