O Comitê Central do PCP (Partido Comunista Português) aprovou, por unanimidade, neste domingo (07/11), o acordo com o PS (Partido Socialista) para a formação de um governo de esquerda em Portugal.
“Estão criadas todas as condições para o PS formar um governo que adote uma política que crie soluções duradouras” para uma legislatura, afirmou o secretário-geral do PCP, Jerônimo de Sousa.
Agência Efe
Secretário-geral do PCP, Jerônimo de Sousa (c), saúda seus seguidores durante ato eleitoral em Lisboa
Isso porque No pleito de 4 de outubro, a coalizão conservadora — também chamada de Pàf (Portugal à Frente) e formada pelo PSD (Partido Social Democrata), do primeiro-ministro interino, Pedro Passos Coelho, e pelo CDS-PP (Partido Popular) — ficou à frente com 36,8% dos votos, contra 32,4% do PS, mas não conseguiu formar maioria parlamentar.
Bloco de Esquerda
A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, por sua vez, admitiu, neste domingo, que um governo de esquerda em Portugal terá “certamente, gigantescas pressões da Europa da austeridade; vamos ter, certamente, gigantescas pressões dos grandes grupos financeiros internacionais; vamos ter gigantescas pressões do sistema financeiro e dos grandes grupos econômicos que têm gostado tanto da destruição das condições do trabalho e da vida em Portugal”, disse.
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“O programa da direita de vender tudo o que o Estado tem e foi construído com o investimento público foi derrotado nas eleições, não tem maioria, e é porque não tem maioria que vai ser derrotado também na Assembleia da República no início desta semana”, declarou a líder bloquista.
A porta-voz do BE salientou que, ao contrário do que muitos têm afirmado nos últimos dias, não se trata de um golpe de Estado, mas apenas do simples funcionamento da democracia.
“Eles [PSD/CDS-PP] não têm os votos suficientes para fazer passar o seu programa e o seu orçamento. É a democracia. É mesmo assim. Porque no dia 4 de outubro, quem foi eleger os deputados não lhes quis dar esses votos. Perderam a maioria”, sublinhou.