O policial turco Mevlut Mert Altintas, que assassinou nesta segunda-feira (19/12) o embaixador da Rússia em Ancara, Andrei Karlov, fez parte da segurança da embaixada quando, na semana passada, foram realizados protestos contra a Rússia a propósito da situação em Aleppo, na Síria, informou nesta terça-feira (20/12) a emissora turca NTV, citando órgãos policiais.
Ele serviu no esquadrão de choque da polícia de Ancara ao longo dos últimos dois anos e meio. Segundo o canal de televisão, o assassino realizou 11 disparos, ferindo o diplomata oito vezes. Além de Karlov, três outros visitantes da exposição ficaram feridos.
De acordo com o jornal turco Hurriyet, Altintas entrou de férias ontem e se hospedou em um hotel perto do Centro da Arte Moderna em Ancara, onde aconteceu a abertura da exposição fotográfica durante a qual o policial assassinou o embaixador.
Agência Efe
Homenagem a Andrei Karlov diante da embaixada da Rússia em Ancara, capital da Turquia
Conforme afirmaram testemunhas, Altintas entrou no local onde foi organizada a exposição vestido de terno e gravata e se identificando como policial, e acabou sendo confundido com um segurança do embaixador. Ele foi morto pela polícia pouco depois de disparar contra Karlov.
A imprensa turca afirmou que seis pessoas foram presas em relação ao assassinato, inclusive a mãe, a irmã, o pai e um tio de Altintas.
O chefe do Ministério das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, declarou que as autoridades do país decidiram dar o nome de Andrei Karlov à rua em Ancara onde se situa o edifício da embaixada da Rússia.
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Lavrov agradece ‘reação imediata’ da Turquia após assassinato
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, agradeceu nesta terça-feira (20/12) a “reação imediata” da Turquia ao assassinato de Andrei Karlov. Ele fez esta declaração pouco antes de uma reunião com o ministro das Relações Exteriores turco, Mevlüt Cavusoglu, em Moscou.
“Estamos profundamente agradecidos aos nossos colegas turcos pela reação imediata a este crime bárbaro, pelas condolências que o presidente [da Turquia, Recep Tayyip] Erdogan transmitiu ontem por telefone ao presidente [da Rússia, Vladimir] Putin. Esta tragédia nos obriga a lutar com decisão redobrada contra o terrorismo e confere mais atualidade a nossa reunião”, disse Lavrov em referência ao encontro realizado na capital russa entre os chefes da diplomacia de Rússia, Turquia e Irã sobre a crise na Síria.
Ele acrescentou que um grupo de especialistas russos viajou hoje à Turquia para participar da investigação do assassinato do embaixador.
Já Cavusoglu afirmou que tanto a Rússia quanto a Turquia sabem que o objetivo dos organizadores do assassinato do embaixador russo era “prejudicar as relações da Rússia com a Turquia e pôr em risco os avanços conseguidos nos últimos tempos”. Moscou e Ancara são conscientes que “não se pode permitir que os organizadores deste crime alcancem seus objetivos”, disse o diplomata turco.
*Com Sputnik e Agência Efe