Nos sete dias de caos que a nuvem de cinzas liberada pelo vulcão islandês Eyjafjallajökull causou no tráfego aéreo da Europa, as companhias do setor perderam cerca de 1,7 bilhão de dólares.
A estimativa foi divulgada nesta quarta-feira pela Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo), entidade que reúne as empresas do setor.
“Os cancelamentos de voos custaram até agora às companhias aéreas mais de US$ 1,7 bilhões e, o que é pior, a crise impactou em 29% da aviação oficial e afetou 1,2 milhão de passageiros”, disse o diretor-geral da Iata, Giovanni Bisignani. A crise ofusca a do 11 de setembro de 2001, quando o espaço aéreo norte-americano esteve fechado durante três dias”.
A situação dos aeroportos começa a se normalizar, com quase 75% dos voos já de volta em operação. Mas, segundo a Eurocontrol (agência da União Europeia para aviação civil), cerca de 7 mil outros voos ainda devem ser cancelados nesta quarta-feira em todo o continente europeu.
O aeroporto de Heathrow, em Londres – um dos maiores do mundo – voltou a funcionar depois de cinco dias fechado.
A Europa, com seus 50 países de território compacto e alta urbanização, é a região com o tráfego aéreo mais intenso do mundo. Por isso, a paralisação preventiva por causa da nuvem de poeira – cujas cinzas vulcânicas podem danificar as turbinas e causar quedas dos aviões – gerou um prejuízo sem precedentes, já que grande parte da economia europeia depende das viagens de avião.
No início da semana, as críticas feitas pela Iata sobre o rigor das medidas tomadas por precaução levaram a Eurocontrol a relaxar restrições e liberar voos em áreas menos atingidas pela nuvem. A estimativa da agência reguladora era normalizar a situação somente na quinta-feira (22/4).
“O caos e as perdas econômicas da semana passada são um claro apelo aos líderes europeus para unificar de forma urgente o espaço aéreo europeu”, ressaltou o diretor-geral da Iata.
Especialista defende fechamento
Para o vulcanólogo Henry Gaudru, presidente da Sociedade Europeia de Vulcanologia, a decisão de fechar os aeroportos europeus foi acertada.
“Não temos nem tínhamos nenhum tipo de dados sobre a concentração de cinzas na atmosfera, motivo pelo qual não sabíamos como isso podia afetar as turbinas dos aviões. Portanto, a única medida a tomar era o fechamento do espaço aéreo por princípio de precaução”, disse Gaudru em entrevista coletiva.
O vulcanólogo afirmou que, em mais de 40 anos de carreira, sempre defendeu a segurança e a precaução como prioridade e, por isso, apoia inteiramente a decisão dos governos europeus de suspender os voos, apesar das críticas das companhias aéreas.
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