Atualizada às 12h48
A primeira fábrica de produção de carne cultivada em laboratório do mundo foi inaugurada em Israel. A iniciativa é da empresa Future Meat Technologies, do setor de produção de carne sem abate, que anunciou a abertura da fábrica em 23 de junho na cidade de de Rehovot, próxima de Tel Aviv e sede do Instituto Weizmann de Ciências e da Faculdade de Agricultura da Universidade Hebraica de Jerusalém.
A empresa afirma que criou linhas de células animais que crescem “para sempre” sem nenhuma modificação genética. “Eliminamos a necessidade de abate de galinhas, vacas, cordeiros ou porcos pela comida deliciosa que comemos e garantimos que nossos produtos sejam exclusivamente livres de OGM (Organismos Geneticamente Modificados)”, diz o site oficial. A matéria-prima dos alimentos não utiliza soro animal, mas células cultivadas em laboratório.
De acordo com a empresa, “a produção de carne tornou-se insustentável”. “A pecuária utiliza mais de 80% das terras habitáveis do mundo, 30% de nosso suprimento de água doce e é um dos principais impulsionadores do desmatamento”, pontua.
Diz também que a carne cultivada em laboratório gera 80% menos emissões de gases de efeito estufa, 99% menos uso de terras, 96% menos uso de água doce, e garante que mantém integralmente o valor nutricional das carnes de abate.
Future Meat/Reprodução
Carne produzida em laboratório tem o mesmo valor nutricional que carne de abate animal, garante empresa
A indústria de carne cultivada, que produz proteínas como carne bovina e de frango por meio do cultivo de células em vez do abate de animais, abrange mais de 75 empresas, segundo informações da Bloomberg. A Eat Just Inc. se tornou a primeira empresa a vender frango cultivado em células em um restaurante em Cingapura.
O “diferencial” da Future Meat, diz o site, é o baixo custo da produção, capaz de produzir peitos de frango cultivados por US$ 3,90 (pouco mais de R$ 19). A previsão é de produzir 500 quilos dos alimentos por dia, equivalente a 5 mil hambúrgueres.
“A inauguração desta instalação marca um grande passo no caminho da Future Meat Technologies para o mercado, servindo como um capacitador crítico para levar nossos produtos às prateleiras até 2022”, disse Rom Kshuk, CEO da Future Meat Technologies, para o jornal Jewish News Syndicate.