O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, afirmou nesta sexta-feira (26/06) que rejeitará “as chantagens” dos credores europeus para que o seu país aceite um acordo.
EFE
Tsipras volta a bater de frente com instituições financeiras europeias e relembra pilares da formação do bloco regional
“A União Europeia foi fundada nos princípios da democracia, solidariedade, igualdade e respeito mútuo. Não foi baseada em chantagens e ultimatos. Ninguém tem o direito de colocar em perigo esses princípios”, criticou Tsipras, citado pelo jornal The Guardian.
Na mesma linha, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, destacou em uma entrevista a uma rádio pública europeia que não assinará um acordo “inviável”. “A Grécia foi obrigada a admitir alguns pedidos bastante estranhos das instituições. Agora são elas que devem dar um passo adiante”, ponderou.
Nesta sexta, o governo grego rejeitou a prorrogação de cinco meses oferecida pelos credores por considerar que exige a adoção de novas medidas que provocariam uma forte recessão como condição para conseguir um financiamento “completamente insuficiente”.
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“Se o governo e o parlamento aprovassem esta proposta, os cidadãos e os mercados entenderiam que se aproxima um período de cinco meses de recessão, o que levaria a outra negociação em condições de crise”, disseram fontes do governo, segundo a Agência Efe.
No sábado (27/06), a troika — BCE (Banco Central Europeu), FMI (Fundo Monetário Internacional) e a CE (Comissão Europeia) — irá pressionar Atenas em Bruxelas (Bélgica) para o pagamento de sua dívida, na tentativa de afastar os riscos de um potencial calote e por fim ao impasse nas negociações entre todas as partes.
Atenas tem até a próxima terça-feira (30) para pagar 1,5 bilhão de dólares ao FMI. Contudo, o governo grego — encabeçado pelo partido de esquerda Syriza — ainda está negociando a possibilidade de um novo empréstimo no valor de 7,2 bilhões de euros, em troca de reformas orçamentárias.
Uma das principais exigências dos credores é o corte no setor previdenciário, algo a que os ministros do Syriza radicalmente se opõem.