O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, dissolveu oficialmente nesta sexta-feira (21/11) a Câmara dos Representantes do Parlamento para realizar eleições antecipadas em 14 de dezembro, quando as mesmas só deveriam acontecer em 2016.
A medida foi anunciada na última terça-feira (18/11), dois anos após a posse, e depois da decisão de adiar para 2017 o aumento do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) no país, que havia sido reduzido para tentar incentivar o crescimento econômico e acabar com a deflação, sem resultados.
Agência Efe
Anúncio oficial de Abe foi realizado durante coletiva de imprensa em Tóquio
Em discurso, Abe afirmou que as medidas são uma oportunidade para que os japoneses referendem as políticas econômicas implementada por ele, que consistem em estímulos monetários e aumento dos gastos públicos para fazer frente à recessão. Neste ano, a previsão é de que o país tenha novamente um crescimento negativo do PIB.
A decisão foi ratificada pelo imperador Akihito e lida no plenário pelo presidente do Parlamento, Brunmei Ibuki. De acordo com a agência Reuters, o primeiro-ministro espera consolidar sua posição de poder antes que sua avaliação popular caia muito. No ano que vem, ele planeja realizar políticas impopulares, como reativar reatores nucleares que foram desativados em 2011 após a crise de Fukushima.
O político conservador voltou a dizer que estas eleições são “uma oportunidade” para que os japoneses referendem suas políticas econômicas, conhecidas popularmente como “Abenomics”, que buscam reativar a economia do Japão mediante agressivos estímulos monetários e um gigantesco gasto público.
Para a oposição, a antecipação do pleito é uma forma de “oportunismo” e o primeiro-ministro tenta, desta forma, evitar o desgaste do governo.
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As pesquisas de opinião publicadas nesta sexta (21/11) mostram que a aprovação de Abe caiu para 39% – patamar mais baixo desde que assumiu o cargo em dezembro de 2012. Medidas como a decisão de revisar a Constituição pacifista do Japão e sobretudo a recente renúncia após escândalos econômicos de dois de suas ministras minaram o apoio ao político conservador.
Mesmo assim, 37% dos entrevistados disseram que votariam no Partido Liberal Democrata, de Abe, em distritos de representação proporcional, contra 13% dos que planejavam votar no principal partido de oposição, o Partido Democrático do Japão. Os indecisos somam 30%.