O presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu nesta terça-feira (25/06) que Edward Snowden está na zona de trânsito do aeroporto Sheremetievo, em Moscou. Ele descartou entregá-lo aos EUA porque não tem um acordo bilateral de extradição com o país.
A revelação, feita em uma coletiva de imprensa na Finlândia, ocorre no mesmo dia em que o chanceler russo, Serguei Lavrorv, afirmou que Snowden não havia cruzado a fronteira russa e que o país não tinha nada a ver com seus planos de viagem, sem esclarer onde ele estava.
“O senhor Snowden chegou de fato a Moscou. Foi uma absoluta surpresa para nós”, disse Putin. Entretanto, ele ressaltou que Snowden pode deixar o país a qualquer momento, uma vez que realmente não cruzou a fronteira e está de passagem.
“Ele chegou como passageiro em trânsito e não precisa de visto, nem de nenhum outro documento. Assim, ele tem direito de comprar uma passagem e viajar para onde quiser. Não cruzou a fronteira russa e, portanto, não precisa de visto”, afirmou o presidente russo.
Putin também declarou que os serviços de segurança da Rússia “não trabalharam e não estão trabalhando” com Snowden e que ele estava sendo tratado como qualquer outro passageiro, ainda que estes, quando em Sheremetievo, tenham apenas 24 horas para passar pela zona de trânsino internacional.
Agência Efe
Putin diz que não pode extraditar Snowden aos EUA por não ter um acordo bilateral de extradição com esse país
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Os Estados Unidos pediram à Rússia que extradite Snowden. Falando na Arábia Saudita hoje, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que ia “simplesmente apelar para a calma e a razoabilidade. Esperamos que a Rússia não ajude alguém que é um fugitivo da justiça”.
Putin rebateu dizendo que qualquer acusação de que a Rússia esteja abrigando um fugitivo é um “disparate”. Ele disse que tanto Julian Assange, fundador do Wikileaks, quanto Edward Snowden se consideram “ativistas pelos direitos humanos que estão lutando pela disseminação de informações” e afirmou que as pessoas deveriam se perguntar se os entregariam para que fossem postas na prisão.
“Em todo caso, eu prefiro não lidar com essas questões, porque de qualquer maneira é como tosar um porco – muitos gritos mas pouca lã”, completou.