O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou nesta quarta-feira (06/02) que há um lugar reservado no “inferno” para os britânicos que promoveram a saída do Reino Unido da União Europeia sem ter um plano para realizá-la de forma segura.
A declaração chega na véspera da viagem da primeira-ministra Theresa May a Bruxelas para tentar renegociar o acordo do Brexit, especialmente o chamado “backstop”, mecanismo que impede o restabelecimento de fronteiras entre a Irlanda do Norte, território britânico, e a República da Irlanda, Estado-membro da UE.
“Eu fico imaginando como é aquele lugar especial no inferno para os que promoveram o Brexit sem ter sequer o esboço de um plano para realizá-lo com segurança”, declarou Tusk, em uma coletiva de imprensa conjunta com o premier irlandês, Leo Varadkar.
Os líderes europeus se recusam a reabrir as negociações do Brexit, embora o primeiro acordo tenha sido rejeitado pelo Parlamento britânico. Se não houver consenso, Reino Unido e União Europeia se separarão de forma abrupta e imediata em 29 de março de 2019. Do contrário, haverá um período de transição até 31 de dezembro de 2020.
Nesse prazo, os dois lados tentariam negociar um acordo comercial e aduaneiro para evitar a ativação do backstop, que criaria uma espécie de fronteira entre a Irlanda do Norte e o restante do Reino Unido. “Espero que amanhã [07/02] May faça uma proposta realista para colocar fim ao impasse”, disse Tusk.
Um porta-voz do governo britânico rebateu que cabe ao presidente do Conselho Europeu “avaliar se usar esse tipo de linguagem seja de alguma ajuda”
Flickr
Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk voltou a cobrar uma "proposta realista" de Theresa May na véspera da viagem da primeira-ministra