Diante das divisões internas provocadas pelo candidato à Presidência do Partido Republicano, Donald Trump, o republicano e ex-agente da CIA Evan McMullin se lançou nesta segunda-feira (08/08) como candidato conservador alternativo à Casa Branca. Ele disputará o cargo como independente.
“Em um ano em que os norte-americanos perderam fé nos candidatos dos dois principais partidos, é a hora de uma geração de novas lideranças surgir”, disse McMullin em comunicado oficial.
Divulgação
Evan McMullin lançou sua candidatura como conservador independente
“Eu me ofereço humildemente como um líder que pode dar uma escolha conservadora para presidente a milhares de norte-americanos descontentes”, afirmou o candidato. “Donald Trump apela para os piores medos dos norte-americanos em um momento em que precisamos de unidade. Os republicanos estão profundamente divididos por um homem que está perigosamente próximo de obter o cargo mais poderoso do mundo”, disse McMullin.
O ex-agente buscará o apoio direto de republicanos que partilhem de sua opinião com relação ao empresário, uma estratégia diferente dos candidatos que não pertencem nem à legenda republicana, nem à democrata — Jill Stein, do Partido Verde, e Gary Johnson, do Partido Libertário —, cuja intenção é justamente se afastar dos programas dos dois principais partidos.
O candidato independente ainda não divulgou seus projetos políticos e não conta com grande popularidade, por nunca ter ocupado um posto político de grande destaque. Antes de anunciar sua candidatura, seu perfil no Twitter possuía apenas 135 seguidores, de acordo com o jornal britânico The Guardian. Até as 19h de hoje, o perfil ultrapassava os 24 mil seguidores.
Segundo uma pesquisa do jornal norte-americano The New York Times, McMullin, de religião mórmon, pode frear Trump, mas só obterá um resultado significativo no Estado de Utah, onde a maior parte da população também é mórmon.
NULL
NULL
Além disso, cada Estado possui um prazo para que os candidatos enviem seus nomes para serem colocados nas cédulas que serão utilizadas no dia da eleição. Em quase metade deles, o prazo já se encerrou, de modo que McMullin poderá ser votado apenas em 24 Estados.
Até o momento, nem Trump nem Hillary Clinton, candidata pelo Partido Democrata, comentaram o lançamento da campanha de McMullin.
Trump promete 'revolução fiscal' caso seja eleito
Em discurso no Clube Econômico de Detroit (Michigan), Donald Trump prometeu nesta segunda-feira “a maior revolução fiscal no país desde o ex-presidente Ronald Reagan” (1981-1989) com um grande rebaixamento de impostos, e qualificou sua rival democrata Hillary Clinton como “a candidata do passado”.
O candidato republicano anunciou um plano econômico que inclui “rebaixamentos de impostos para a classe média”, “cortes maciços” das regulações federais e insistiu em sua intenção de renegociar os acordos comerciais internacionais assinados pelos Estados Unidos.
O republicano criticou especialmente as políticas econômicas de Hillary como uma continuação das do presidente Barack Obama que “inclinam o campo de jogo a favor de outros países às nossas custas” e lamentou que “tenhamos começado a reconstruir outros países antes do nosso”, ao citar Detroit, centro da indústria automobilística americana, como exemplo.
“Tenho um objetivo fundamental, quero que os trabalhos e a riqueza fiquem nos EUA”, afirmou o magnata nova-iorquino, que se encontra atrás de Hillary nas pesquisas após uma série de polêmicas, especialmente seu enfrentamento com os pais muçulmanos de um soldado americano morto no Iraque.
Trump ressaltou que, se chegar à presidência, tirará os EUA imediatamente do Tratado Transpacífico (TPP), pactuado com outras nações da Bacia do Pacífico, e renegociará o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA), selado com o México e Canadá há duas décadas.
Em sua proposta econômica, da qual disse que dará mais detalhes nas próximas semanas, citou a eliminação do imposto sobre heranças, a redução da taxa às empresas americanas do atual 35% para 15%, o alívio das despesas pelo cuidado de filhos e o rebaixamento do imposto individual de renda.
Durante seu discurso, Trump foi interrompido por protestos em várias ocasiões, mas desta vez o candidato republicano evitou o confronto e esperou pacientemente que os manifestantes fossem retirados do local pelos agentes de segurança.
*Com Agência Efe