O vigia norte-americano George Zimmerman, que foi recentemente inocentado pela morte do adolescente negro Trayvon Martin, está envolvido em um novo incidente envolvendo o uso de armas. De acordo com o site de notícias da rede norte-americana ABC, Zimmerman teve uma forte discussão nesta segunda-feira (09/09) com a esposa, Shellie, e o sogro, Colin Morgan. Por causa da discussão, a polícia foi chamada.
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Ele foi filmado prestando esclarecimentos na rua à polícia da cidade de Lake Mary, na Flórida, no jardim de uma casa próxima ao local do incidente. O chefe-adjunto da corporação afirmou à ABC que Zimmerman estaria envolvido em um incidente doméstico.
“Houve um tipo de [problema] doméstico, sabemos que [estão envolvidos] sua esposa e sogro. Aparentemente houve armas e ameaças envolvidas”, disse o oficial, sem especificar quem portava as armas e quem teria proferido as ameaças. Oficialmente, no entanto, a polícia não emitiu nenhum boletim oficial.
Agência Efe
Manifestantes que acompanhavam julgamento em Sanford, Flórida, reagem ao veredito. Morte de Martin foi considerada caso de racismo
O incidente ocorreu dias depois Shellie ter anunciado que pediu o divórcio e exposto negativamente sua relação conjugal com o vigia em meio a um programa de TV.
Após ser inocentado pela morte de Trayvon, Zimmerman foi multado duas vezes por excesso de velocidade nos Estados Unidos.
Caso Trayvon Martin
Zimmerman, de 29 anos, esteve envolvido em um crime que chocou os Estados Unidos e provocou fortes protestos da comunidade negra norte-americana. Ele matou o jovem adolescente negro Trayvon Martin, que estava desarmado, em 26 de fevereiro de 2012, alegando “legítima defesa”.
Em 13 de julho deste ano, ele foi declarado inocente das acusações de assassinato em segundo grau e homicídio involuntário. O júri, composto por seis mulheres, o absolveu por unanimidade.
Martin era estudante de bacharelado em um colégio da cidade de Miami Gardens, próxima a Miami. Ele ia visitar seus pais quando, supostamente, teve uma discussão com Zimmerman e foi baleado.
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Durante o julgamento, a promotoria retratou Zimmerman como alguém que “se achava um policial” e que “fez justiça com as próprias mãos” quando viu Martin caminhando na chuva. Ele teria presumido que o rapaz “não era nada bom”.
O promotor Bernie de la Rionda descreveu Martin como um “rapaz inocente de 17 anos”, a quem Zimmerman “identificou como um criminoso”. O vigia o perseguiu, entrou em uma briga com, o garoto e o matou com um tiro à queima-roupa “porque quis”, ainda de acordo com a promotoria.
A versão de Zimmerman sobre sua atuação em defesa própria foi baseada no fato de que Martin teria lhe dado um soco no nariz, o empurrado e, ao cair no chão, sentado sobre ele e começado a golpeá-lo. Por isso, argumentou o vigia, precisou atirar. Zimmerman manteve sempre que atirou em defesa própria contra Martin, que retornava de noite para a casa da namorada de seu pai e caminhava por Sanford, no centro da Flórida, com o capuz do suéter na cabeça, o que teria despertado suspeitas.