Contingentes das Forças Armadas Russas estão sendo enviados a Belarus para realizarem exercícios militares conjuntos entre os dois países. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (17/01) pelo Ministério da Defesa bielorrusso.
O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, anunciou nesta segunda que os exercícios serão praticados simulando cenários de confronto com forças invasoras do oeste (Polônia e Lituânia) e do sul (Ucrânia) com previsão para serem realizados entre 10 e 20 de fevereiro.
A operação foi nomeada de “Resolução Aliada 2022” e acontece em meio ao agravamento da situação político-militar na Europa perto das fronteiras da Ucrânia. De acordo com o vice-ministro da Defesa da Rússia, Alexander Fomin, os planos foram acordados entre o presidente deste país, Lukashenko, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, em dezembro de 2021.
Ele afirma também que os objetivos do plano são de “praticar a supressão e repelir a agressão externa no curso de uma operação defensiva, combatendo o terrorismo e protegendo os interesses do Estado”, além de “avaliar a capacidade dos órgãos de comando militar e das tropas em desempenhar tarefas para garantir a segurança militar” do país.
O mandatário bielorrusso acusa a Polônia, a Ucrânia e os países bálticos de concentrar até 30 mil soldados e material de guerra perto de suas fronteiras. “A Ucrânia continua acumulando forças e concentrando unidades de guarda nacional comandadas por 'radicais nacionalistas'. Eles são muito piores do que os militares da Organização Tratado do Atlântico Norte (Otan). Isso está acontecendo perto da fronteira do nosso país”, disse Lukashenko à agência BeITA.
Ministério da Defesa de Belarus/Reprodução
Operação ‘Resolução Aliada 2022’ vai ser dividida em duas etapas, com treinamento militar a partir de 10 de fevereiro
A Rússia também tem expressado preocupação com a militarização da Ucrânia pela Otan e o aumento da presença militar da Otan em seus países limítrofes. Enquanto isso, Estados Unidos e países europeus a acusam de planejar uma invasão ao território ucraniano, o que Moscou nega.
O porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, chegou a afirmar no último domingo (16/01) que o que está acontecendo neste momento é uma “invasão gradual da Otan em território ucraniano, com infraestruturas, fornecimentos de armas defensivas e ofensivas, instrutores ensinando os ucranianos militares e assim por diante”.
No dia 12 de janeiro, representantes da Rússia e da Otan se reuniram em Bruxelas, na Bélgica, com o objetivo de debater as propostas de segurança que incluem a expansão da aliança militar composta por países da Europa e da América do Norte para o leste do continente europeu.
Rejeitando as propostas de segurança apresentadas em dezembro pela Rússia, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, falou na ocasião em “risco sério de conflito armado na Europa”, destacando o “direito dos países de escolherem o próprio caminho e o direito dos membros da aliança de fazer uma defesa recíproca”.
Nesta terça-feira (18/01), no entanto, Stoltenberg anunciou que chamou a Rússia e os aliados da Otan para uma nova rodada de conversas, para “tentar encontrar uma saída para a crise”.
(*) Com RT News.