O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, desembarcou na manhã desta quarta-feira (20/03) em Tel Aviv, Israel, no que será a primeira parte de uma viagem de escala da viagem de cinco dias ao Oriente Médio, que também inclui uma inédita visita aos territórios palestinos ocupados e à Jordânia. Ao mesmo tempo de sua chegada, ativistas pró-palestinos foram presos pela polícia israelense na cidade de Hebron, na Cisjordânia, durante protesto pacífico e bem-humorado, quando portavam máscaras do presidente e do pastor norte-americano Martin Luther King.
Esta é a primeira visita de Obama a Israel como presidente dos Estados Unidos. Sua última passagem pelo país ocorreu em 2008, quando ainda era candidato à Presidência. Trata-se também da primeira visita internacional do chefe de Estado após sua reeleição.
Agência Efe
Aliados: o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente dos EUA, Barack Obama
No primeiro dia de viagem estão programados encontros em Jerusalém com o presidente, Shimon Peres, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que o receberam no aeroporto. À noite, ele concederá uma entrevista coletiva após uma reunião bilateral, onde o Irã deverá ser o assunto principal. No entanto, a construção de assentamentos judaicos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental também deverá entrar na pauta.
Em discurso no aeroporto, Obama destacou que os EUA estão “orgulhosos” de serem o “principal aliado e grande amigo” de Israel e qualificou o país como “o lar histórico do povo judeu”, que está “há 3.000 anos” na região. “O povo judeu viveu aqui, rezou ao seu Deus aqui, e após séculos de exílio e de perseguições sem precedentes na história, Israel renasceu”, disse. “Não é acidental que esta seja minha primeira visita ao exterior desde a posse de meu segundo mandato. Vejo esta visita como uma oportunidade para reafirmar o laço inquebrantável” entre ambos os países, disse.
Embora o discurso de Obama tenha se centrado nos laços entre Israel e os EUA, em uma breve passagem ele se referiu à necessidade de conseguir a paz com os palestinos. “A paz deve chegar à Terra Santa. Nossa visão é a de uma Israel em paz com seu vizinhos”, defendeu.
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O Air Force One decolou às 20h15 (21h15 Brasília) da base aérea de Andrews, a leste de Washington, e pousou no aeroporto Ben Gurion por volta do meio-dia local (7h30).
Ceticismo
Entre os palestinos, a vinda de Obama não é vista com qualquer perspectiva de mudança na relação de forças do conflito Israel-Palestina. Tanto que os próprios porta-vozes da Presidência já adiantaram que Obama não trará novo plano de paz ou nova iniciativa diplomática.
Na quinta-feira (21). Obama irá à cidade de Ramallah, para se encontrar com o presidente palestino Mahmoud Abbas, em uma visita de algumas horas. Um dos objetivos de Obama na viagem é descongelar as negociações de paz, paralisadas desde 2010, em razão da construção de novos assentamentos israelenses em território palestino, tema cuja paralisação que se tornou condição prévia para que Abbas se dispusesse a voltar às negociações.
Protestos
Durante a chegada de Obama, seis ativistas pró-palestinos, de um grupo de 25, foram detidos pelo Exército israelense após tentarem realizar uma manifestação na cidade de Hebron, onde apareciam usando camisetas com a histórica frase de Martin Luther King: “I have a dream” (Eu tenho um sonho).
Agência Efe
Ativistas pró-palestinos, incluindo judeus, protestam em Hebron com máscaras de Obama e Martin Luther King
Os ativistas – palestinos, israelenses e de outros países – entraram em uma passagem restrita aos palestinos com máscaras de do pastor norte-americano e de Obama, além de camisetas pretas com a famosa frase, informou o grupo Jovens contra Assentamentos.
A iniciativa pretendia chamar a atenção de Obama em relação à questão dos territórios palestinos ocupados, assim como a segregação da qual são vítimas.
Um dos ativistas do grupo afirmou à Agência Efe que, “por Obama ser tido como um símbolo”, a intenção era cobrar aos palestinos os mesmos direitos civis que os afro-americanos tiveram.
“Colocamos máscaras de Obama e de Martin Luther King (..) para pedir o final da segregação e da ocupação”, acrescentou o grupo em uma nota de imprensa.
De acordo com o grupo, soldados israelenses detiveram seis dos manifestantes e dissolveram violentamente o restante dos ativistas.
(*) com agências de notícias internacionais