O Partido Socialista (PS) perdeu hoje a maioria absoluta no Parlamento de Portugal, mas venceu as eleições legislativas de hoje com 36,5% dos votos contra 29% de seu maior adversário, o Partido Social Democrata (PSD, de centro-direita).
Com 99,6% das urnas apuradas e 39,4% de abstenção, a Comissão Nacional de Eleições portuguesa confirmou a vitória do partido do primeiro-ministro do país, José Sócrates, que perde por enquanto 25 de seus 121 deputados.
Frente às eleições legislativas anteriores de 2005, nas quais os socialistas obtiveram 45% dos votos com um índice de abstenção cinco pontos percentuais abaixo da atual, o PSD quase não registra ascensão sobre os 28,7% conseguidos então, mas ganha por enquanto três deputados e contará com 78 dos 230 membros da Assembleia.
A apuração confirma o crescimento do conservador Centro Democrático Social-Partido Popular (CDS-PP), que se transforma na terceira força política portuguesa com 10,4% dos votos contra os 7,2% de 2005.
Com 9,8% da preferência do eleitorado português, o marxista Bloco de Esquerda (BE) desbancou a Coalizão Democrática Unitária (CDU, comunistas e verdes) e é outro dos vencedores da votação de hoje. Há quatro anos, o partido tinha recebido 6,3% dos votos.
Apesar de passar de terceira para quinta força política em Portugal, a CDU registra um aumento no número de votos recebidos e deputados eleitos ao passar de 7,5% nas eleições legislativas anteriores para 7,8% nas atuais.
Ainda sem a soma dos votos dos portugueses que moram no exterior, a apuração provisória dá aos socialistas 96 deputados (121 em 2005), 78 aos social-democratas (75 em 2005), 21 ao CDS-PP (12 em 2005), 16 ao BE (oito em 2005) e 15 à CDU (14).
Estes resultados obrigarão o primeiro-ministro Sócrates a negociar o apoio de outras forças parlamentares para governar, algo que não parece fácil de acordo com as primeiras reações dos demais partidos, que se concentraram no ataque aos socialistas durante a campanha eleitoral.
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