A solução para o conflito na Síria depende da vontade do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse o líder do regime sírio, Bashar al Assad, em entrevista emitida nesta quarta-feira (14/12) pela emissora de televisão russa Rossiya 24.
“Durante a campanha eleitoral de Trump, suas declarações sobre a luta contra o terrorismo e a ingerência em outros países para derrubar governos foram muito claras e isto está muito bem. No entanto, tudo depende de sua vontade de continuar o avanço nessa direção”, disse Assad.
O presidente sírio acrescentou que não está claro “se (Trump) poderá fazê-lo, porque todos sabem o quão fortes são os grupos de pressão nos EUA”.
“Se Trump conseguir superar esses empecilhos e começar a agir de verdade contra o terrorismo, considero que ele pode se transformar em nosso aliado natural”, ressaltou o líder do regime.
SANA / Agência Efe
O presidente da Síria, Bashar al Assad, em cerimônia religiosa em Damasco no dia 11/12
Assad comentou que atualmente a prioridade das forças armadas de seu país é Aleppo e acrescentou que a ofensiva dos extremistas do Estado Islâmico (EI) contra a cidade monumental de Palmira tinha como objetivo distrair as forças governamentais.
“Quero dizer que já libertamos Palmira antes e que voltaremos a fazê-lo. Isto é uma guerra: de um lado se ganha e do outro se perde”, disse o presidente sírio.
Assad acrescentou que, uma vez que Aleppo seja libertada, o governo tem o propósito de continuar a luta contra o terrorismo em todo o território do país.
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“Não haverá cessar-fogo”, enfatizou o presidente sírio, que advertiu que as ações militares só cessarão quando houver “acordos claros” e “onde os terroristas declararem que têm a intenção de se render ou sair”.
O líder sírio explicou que as operações militares seguem em andamento durante as negociações, porque o governo de Damasco desconfia dos “terroristas”.
Ao mesmo tempo, Assad se mostrou otimista sobre o andamento da campanha militar.
O chefe de Estado falou da Síria do pós-guerra e previu que a maioria dos quase 5 milhões de refugiados retornará ao país.
“Aqui estão suas casas, seus pertences. Voltarão para reconstruir seu país”, acrescentou Assad.
A recuperação da Síria, para o presidente Assad, “será muito mais rápida com a ajuda dos países amigos”.
“O povo sírio não aceitará a companhia de países que tiveram uma postura anti-Síria, que se posicionaram contra a integridade territorial do país, que apoiaram o terrorismo. Isto é óbvio”, disse Assad.
O presidente sírio indicou que dará prioridade na reconstrução do país aos países amigos, entre os quais mencionou especificamente Rússia, China e Irã.