O chanceler da Áustria, Sebastian Kurz, renunciou neste sábado (09/10) ao cargo em meio à pressão sobre seu envolvimento em um suposto escândalo de corrupção no país.
Kurz afirma que enfrentará crise política dentro do governo da Áustria e que decidiu deixar seu cargo após se tornar alvo de investigações por suspeita de corrupção.
“O que precisamos agora é de estabilidade. É por isso que quero me afastar para ajudar a resolver este impasse, evitar o caos e garantir a estabilidade”, explicou o ex-chanceler.
Por sua vez, o político conservador negou ter praticado qualquer ato ilícito, reiterando neste sábado que as alegações contra ele são “falsas”. Na Áustria, conforme também na Alemanha, o cargo de chanceler é o correspondente ao de primeiro-ministro do país.
Na quarta-feira (06/10), procuradores de justiça investigaram vários locais ligados ao Partido Popular, e anunciaram que Kurz e outras nove pessoas estavam sob investigação por suspeitas de que o dinheiro do governo estaria sendo usado em um acordo corrupto para garantir uma cobertura positiva do partido na mídia.
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Procuradores de justiça anunciaram que Kurz e outras nove pessoas estavam sob investigação por suspeitas de corrupção
Agora ex-chanceler, em uma declaração, Kurz informou propor o ministro das Relações Exteriores, Alexander Schallenberg, como seu sucessor. De igual modo, planeja permanecer na chefia do Partido Popular Austríaco e se assumir como representante da entidade no parlamento austríaco.
O partido de centro-esquerda Verdes iniciou, na sexta-feira (08/10), conversações com os três partidos da oposição da Áustria, acabando por exigir a demissão de Kurz. Atualmente, planejam apresentar uma ou mais moções de desconfiança contra o ex-chanceler, em uma sessão especial do parlamento a decorrer na próxima terça-feira (12/10).
Adicionalmente, ao renunciar seu cargo de chanceler, Kurz poderia conseguir evitar ter que enfrentar a moção de desconfiança parlamentar. O vice-chanceler da Áustria, Werner Kogler, disse que a demissão de Kurz foi a “medida certa”.
(*) Com Sputnik.