O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, denunciou nesta quarta-feira (25/12) que o terrorismo internacional se dirigiu a Síria para criar ali e no Oriente Médio um califado de ordem extremista. Trata-se da violação dos direitos de todas as minorias, e inclusive de ameaças para suas vidas, sustentou o chanceler russo em entrevista com a rede RT.
Revelou Lavrov que de dois milhões de cristãos que viviam no país árabe antes da guerra mais da metade fugiu. Agora os sócios ocidentais começam a se dar conta disso, disse em alusão implícita aos Estados Unidos e seus aliados pelo respaldo brindado aos opositores violentos contra o governo de Damasco.
O diplomata ratificou a posição de Moscou de exigir respeito ao direito de cada Estado a eleger com liberdade um modelo democrático soberano, ajustado a suas condições específicas. As tentativas de um grupo de países por impor e posicionar como universais seus próprios valores, em alguns casos polêmicos, geram conflitos, assinalou.
Esta suposta forma de democratização, manifestou, desestabiliza a sociedade.
O chanceler advertiu contra as tentativas de especular com o tema humanitário na Síria mediante acusações contra o governo, que alimenta arrebatamentos e cria estados de opinião. Ao recordar a proximidade da conferência de paz para a Síria conhecida como Genebra II, convocada pela ONU para o dia 22 de janeiro em Montreaux, Suíça, Lavrov indicou que as declarações especulativas não refletem a realidade síria e são especialmente preocupantes.
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Sobre o papel da Rússia na busca de uma saída negociada para a crise no país árabe, o chefe da diplomacia do Kremlin sublinhou que Moscou tem cumprido com sua parte e as autoridades de Damasco já anunciaram a composição de sua delegação a Genebra II.
Enfatizou que as nações ocidentais devem exercer mais influência sobre os grupos opositores para levá-los todos à mesa das negociações e dessa forma cumprir a parte da missão que lhes corresponde.
Lavrov ressaltou a falta de coordenação que se observa dentro das forças antigovernamentais sírias, e deixou clara a condenação russa contra as tentativas de negociar com a recém-formada Frente Islâmica, a qual qualificou como uma organização terrorista.