Efe
Premiê turco pronuncia seu discurso no Parlamento, em Ankara, Turquia, nesta terça-feira (26/06)
O primeiro ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou retaliar a Síria por ter derrubado avião militar turco na última sexta-feira (22/06) e alertou que, a partir deste momento, seu governo irá responder militarmente a qualquer invasão do país vizinho.
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Erdogan disse nesta terça-feira (26/06) que considera a ação do Exército sírio um ato deliberado e hostil a seu país. Como resposta, a Turquia irá intensificar suas respostas às ameaças vindas do país de Bashar al Assad, informou o primeiro-ministro.
“Qualquer elemento militar que se aproximar da fronteira turca vindo da Síria ameaçando a segurança nacional turca será considerado um alvo militar. Advertimos à Síria que não cometa nenhum erro”, alertou o premiê que acusou aviões militares sírios de invadirem recentemente o território turco.
A Turquia acusa militares sírios de terem provocado a queda de um caça militar que sobrevoava a região fronteiriça entre os dois países na sexta-feira passada (22/06). “A Síria abateu nosso avião desarmado a sangue-frio no espaço aéreo internacional”, disse nesta segunda-feira (26/06) o vice-premiê turco, Bulent Arinc.
A Síria respondeu às acusações afirmando que o ocorrido foi um acidente e que o avião turco estava em seu território e não em espaço aéreo internacional. “O que aconteceu foi uma grave violação à soberania da Síria”, afirmou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores sírio, Jihad Makdissi.
A discussão chegou até a mesa da OTAN (Organização o Tratado do Atlântico Norte) que se reuniu extraordinariamente nesta terça-feira (22/06) a pedido da Turquia.
“Consideramos este ato inaceitável e o condenamos nos termos mais duros. É outro exemplo do desprezo das autoridades sírias em direção às normas internacionais, a paz e a segurança”, afirmou o secretário-geral, Anders Fogh Rasmussen.
Apesar de repreender a ação das forças de Assad, a aliança deixou claro que não considera uma resposta armada à Síria. “As várias provocações montadas para forçar a OTAN a intervir na Síria vêm falhando sucessivamente porque a aliança tem a noção das implicações imediatas e a prazo. Por isso tem hesitado, por vezes recuado”, afirma o analista português José Goulão.
As afirmações de Erdogan sinalizam que a Turquia pode se envolver militarmente no conflito interno da Síria. A Turquia já foi apontada por diversas investigações de estar envolvida no financiamento e distribuição de armas aos opositores de Assad.