O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, denunciou hoje (25) uma suposta aliança entre narcotraficantes e oficiais do exército que permitiu o assassinato de milhares de inocentes, admitindo assim a existência dos ‘falsos positivos’.
“Em 2006 e 2007, grupos do narcotráfico da região de Ocaña [cidade do nordeste do país, próxima à fronteira com a Venezuela] se infiltraram na brigada e conseguiram alianças para poder avançar no negócio ilícito da coca”, disse o presidente.
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Uribe afirmou que os militares matavam inocentes “para aparentar que eles realmente perseguiam os narcotraficantes”. Essas pessoas, chamadas de falsos positivos, fizeram parte da conta dos mortos em combates.
O colombiano disse que a denúncia foi feita por uma testemunha com a qual se reuniu hoje em um escritório da ONU (Organização das Nações Unidas) em Bogotá.
De acordo com o jornal colombiano El Tiempo, Uribe ressaltou que, conforme a Constituição nacional, a procuradoria deve ter conhecimento dos fatos e se comprometeu a tomar a atitude pessoalmente.
Denúncias
As denúncias sobre execuções vieram à tona no fim de 2008. Em outubro de 2009, a procuradoria-geral da Colômbia divulgou um relatório que acusava o exercito a matar mais de dois mil jovens desde 2002, e que posteriormente foram apresentados como baixas de combate. De acordo com os dados, entre eles haveriam 59 menores de idade e 122 mulheres.
O presidente afirmou que a testemunha com que teve contato nesta manhã “vai acrescentar informações que ainda não foram ditas à procuradoria”, o que pode contribuir com as investigações e punir os responsáveis.
Uribe terminou seu discurso com um apelo “para as forças armadas da Colômbia”, afirmando que “aqueles comprometidos com a verdade têm de ser protegidos”.
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