O Prêmio Nobel de Literatura 2010, o escritor peruano Mario Vargas Llosa, declarou que a democracia em seu país “não corre perigo”. A declaração do escritor é uma resposta às críticas feitas pela oposição após a nomeação do tenente-coronel reformado do Exército Oscar Valdez para chefe do Conselho de Ministros.
Vargas Llosa disse, depois de receber uma condecoração do Tribunal Constitucional, que nos últimos dias tem escutado “vozes truculentas, demagógicas. Falando de um país que se militariza, que vai ser afastar da legalidade, de um país tirar um criminoso condenado por crimes contra a humanidade. Tudo isso é mentira”.
“Se houvesse a menor ameaça, a mínima que fosse, eu seria o primeiro a denunciar. A democracia não está em perigo no Peru. O que pode colocá-la em perigo é essa truculência, exagero e demagogia aos quais, por desgraça, sucumbimos com facilidade”, afirmou.
O escritor, de 75 anos, observou que “há perigo para a democracia quando há desgoverno e caos e quando o poder passa dos órgãos constitucionais democráticos para a rua, para a barricada e, no lugar da razão, começam-se a lançar pedras, bombas ou balas”.
Segundo ele, a democracia e as políticas econômicas “trouxeram um extraordinário progresso” ao país. “Estamos muitíssimo melhor que no passado e, talvez, melhor do que nunca estivemos”, analisou.
A oposição afirma que a nomeação de Valdez se refletirá na adoção de uma política de “mão dura” contra os protestos sociais nos últimos meses contra projetos de mineração.
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